O dia 22 de abril de 2009, foi firmado pela ONU a fim de marcar uma responsabilidade coletiva com o intuito de promover a harmonia com a natureza e a Terra
“O Dia Internacional da Mãe Terra é uma oportunidade para reafirmar nossa responsabilidade coletiva para promover a harmonia com a natureza em um tempo em que nosso planeta está sob ameaça de mudanças climáticas, exploração insustentável dos recursos naturais e outros problemas causados pelo homem. Quando ameaçamos nosso planeta, minamos nossa própria casa, e nossa sobrevivência no futuro”. Essa é a mensagem do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon para a data desta terça-feira, criada para conscientizar os seres humanos sobre a importância da preservação.
O dia 22 de abril de 2009, foi firmado pela ONU a fim de marcar uma responsabilidade coletiva com o intuito de promover a harmonia com a natureza e a Terra e alcançar um balanço entre economia, sociedade e ambiente. Mas essa história não começou aí, veio do primeiro Dia Nacional da Terra, em meio ao movimento hippie americano, em 1970. Segundo informações do portal Cidadania da Rede Globo. A ideia de uma data para marcar a luta pelo ambiente veio do senador Gaylord Nelson, após ver a destruição causada por um grande vazamento de óleo na Califórnia, em 1969. Aproximadamente, 20 milhões de pessoas nos Estados Unidos saíram às ruas para protestar em favor de um planeta mais saudável e sustentável. Milhares de escolas e universidades organizaram manifestações contra a deterioração do ambiente.
Segundo o engenheiro florestal Gustavo Nogueira Lemos, coordenador interino do Programa Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil e líder do eixo Cidades Sustentáveis do Programa, é fundamental e relevante valorizar a data. “A Terra nos dá todo nosso alimento e a oportunidade de viver. Muitas vezes não refletimos sobre os impactos negativos e positivos sobre ela. Este é um momento de reflexão e interação com o nosso planeta. Se não virmos isso, menos veremos o quão é importante o nosso papel. Temos que saber como podemos nos posicionar em relação á natureza”, aponta Gustavo.
Gustavo ressalta que a convivência entre os seres tem sido de forma desarmônica e o consumo exagerado tem levado a Terra à beira de um colapso. “O consumo que nós temos é extremamente maior do que a nossa necessidade. Faz com que o nosso impacto seja elevado no ambiente. Temos uma população que cresce de forma expoente e a forma como se produz tornou-se maior do que o planeta pode gerar. Temos que ter em mente a sustentabilidade, ela deve ser a diretriz das nossas direções. Enquanto estimularmos o consumo além do limite, ficaremos reféns da nossa sobrecarga”, destaca o engenheiro.
– O planeta não vai acabar, ele continua. Vai ter sempre um tipo de vida coabitando, o que pode se acabar é a civilização humana. Somos parte de um todo, responsáveis de forma direta por manter equilíbrio sobre um todo. Temos degradação no ambiente rural, no bioma, ecossistema, mudanças climáticas, e isso tudo é fruto do nosso consumo. Enquanto tivermos culturas e países consumindo elevadamente em detrimento de culturas menores, não conseguiremos equilíbrio. A demanda de carne é muito alta, as plantações de monocultura utilizam cada vez mais agrotóxicos, assoreando o solo para produzir alimentos além do necessário – afirma.
A corresponsabilidade é algo importante para reverter o quadro atual. Segmentos industriais, agriculturas e sociedade civil devem criar políticas para iniciar este processo de recuperação. A Mãe Terra é uma comunidade indivisível vital dos seres interdependentes e inter-relacionados com um destino comum, portanto, é de suma urgência realizar ações coletivas decisivas para transformar as estruturas e sistemas que causam as mudanças climáticas e outras ameaças. Bem como diz o texto da Carta da Terra, devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global, fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar ao propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.
– No Dia da Terra, temos que utilizar a reflexão pelo fato de abarcar todos os ecossistemas. É uma boa oportunidade para refletir o quanto integrado são os organismos vivos que habitam o planeta, parar observarmos o quanto somos pequenos diante da Terra, que nos dá sustentação. Temos que respeitar a plenitude dos nossos recursos, pois nada é infinito no planeta, e termos noção do quanto é importante utilizar tudo de forma generosa a e responsável. Não podemos ir além do que devemos, isso passa por regularização, fiscalização e planejamento global. A estratégia tem que ser global porque o organismo é um só, todos coabitamos o mesmo. A questão do aquecimento global traz um alerta muito forte, gerado pelo impacto do nosso consumo e estilo de vida, indicadores importantes de que estamos indo na direção errada e temos que frear isso – diz Gustavo Lemos.
Fonte Correio do Brasil