MARANHÃO – ADESÃO À INDEPENDÊNCIA

                                                                        Professor Jacques Medeiros                

Com a proclamação da Independência do Brasil, no dia 07 de setembro de 1822, na província do Maranhão o grito de “Independência ou Morte” dado por D. Pedro I, não ecoou com muito agrado como em outros pontos do país, talvez pelo grande número de lusitanos, que dominavam a vida econômica do Maranhão.

Com o fim de coadjuvar os esforços dos maranhenses ansiosos de aderirem a este movimento patriótico, no dia 26 de julho do ano seguinte perto da ponta da Coroa de Sotovento, próximo à barra, ao mando de Lord Cockrane, foi fundeada a nau Pedro Primeiro, que de imediato comunicou por um ofício a D. Agostinho Antonio de Faria, comandante das forças portuguesas, propondo-lhe meios brandos e honrosos para que se proclamasse a Independência sem efusão de sangue.

No dia seguinte foi à junta governativa recebida a bordo, pelo Lord Cockrane e então ele fez sentir a conveniência de proclamar-se a Independência logo no outro dia, pelo que convocou uma Câmara Geral para as dez horas da manhã no palácio do governo. No dia designado, 28 de julho, procederam-se o ato grandioso, principiando às 11 horas da manhã e encerrando depois do meio dia (História da Independência do Maranhão).

Foi a bandeira portuguesa arriada pelo Tenente Greenfell, e içada a brasileira, já decretada em 18 de setembro de 1822. Tanto Cockrane, como Greenfell, eram piratas mercenários que prestaram serviços ao Maranhão e Pará, através de suas astúcias e renderam a junta governativa maranhense com a ameaça de que tinham uma grande esquadra; e foi assim a palavra e o verbo quem venceu no norte do Brasil; não foram as forças que obedeciam ao Cockrane, pois as costas do Brasil são tão extensas que o império não poderia jamais ser bloqueada pela maior esquadra do mundo.

A Assembleia Provincial pela Lei nº 11 de 06 de maio de 1835 declarou feriado o dia 28 de julho. A lei Estadual 2.457, que trata sobre o feriado é de 1964(governo Newton Belo), mas até 2014, o feriado era pouco conhecido, tanto que a iniciativa privada não alterava a rotina.

A partir de 2015, passou a ser fiscalizado (governo Dino) pelas autoridades competentes e este feriado não ficou mais restrito apenas às repartições públicas. Já em Caxias somente no dia 31 de julho, celebrou-se uma convenção entre os sitiantes, comandados entre outros, pelo bravo Major Salvador Cardoso de Oliveira e João da Costa Alecrim e os sitiados sob o comando do Major português João José da Cunha Fidié, e no dia seguinte 1º de agosto as forças independentes entravam vitoriosas em Caxias.

Vale ressaltar nós maranhenses, sabedores que somos que as lutas contra a independência do Brasil, foram mais sangrentas na Bahia e no Maranhão, mas a Bahia foi penúltima resistência vencida em 02 de julho de 1823, e os baianos hoje comemoram o 02 de julho como se fosse a última resistência com grandes comemorações sobre. liberdade do elo português

É preciso que os historiadores maranhenses mostrem aos baianos, que a última resistência a sucumbir, foi no Maranhão, que pouca importância dar atualmente ao acontecimento, o que não acontece em Caxias, onde o termo Oficial de Adesão do Maranhão à Independência do Brasil foi assinado no dia 07 de agosto de 1823.

* Médico Veterinário, Jacques Medeiros é Professor Emérito da UEMA e ex-Reitor. Membro efetivo da ACL e do IHGC.

Artigo do saudoso Jacques Medeiros publicado neste blog no dia 28 de julho de 2019 e que republicamos em homenagem ao extinto professor, historiador, educador e acima de tudo, foi um grande ser humano.

Fonte: AFD

 

 

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