Matéria publicada em 22 de setembro de 2022
A iniciativa de criação do Consórcio Nordeste de Governadores se constituiu numa articulação de nove governadores para formar uma frente de oposição ao governo federal e a criação de um grupo político para as eleições de 2022. Os governadores chegaram até a pretensão de fazer negócios com países europeus e asiáticos com total atropelamento às instituições federais, sem falarmos na importação de médicos cubanos, que chegou a ser debatida.
Os governadores achavam-se o próprio poder, principalmente que iriam receber muito dinheiro para o enfrentamento a covid-19, que seria o grande mote para fazer política, sem falarmos que poderiam fazer compras com a dispensa de licitações e acreditavam que não haveria fiscalização por parte dos órgãos federais de controle.
Quem não se recorda do governador Flavio Dino em todos os jornais da TV Mirante mandando recados autoritários a população, sem nunca ter levado qualquer infectologistas para interagir com o povo. Chegou-se a pensar que se tratava de horário político em que o candidato único era o governador Flavio Dino mandando e desmandando sem um mínimo de controle dos jornalistas, que os entrevistavam. A ordem do dia era a mesma, não sair de casa, esquivando-se de qualquer estratégia sobre como as milhares de famílias que vivem nas periferias iriam ter o pão de cada dia. Se normalmente a população não tem acesso a água, quando mais ao álcool gel e sabão como prevenção a covid-19 e a alimentação, em que se dependesse do Governo do Estado, muita teria morrido de fome.
O Auxílio Emergencial do Governo Federal e a solidariedade de dezenas de empresas e cidadãos fraternos dessa grande cidade de São Luís, foi de fundamental importância para o enfrentamento ao problema, a fome teria sido muito grande, uma vez que os governos estadual e municipal pouco ou nada fizeram e fugiram de maneira covarde das suas responsabilidades para o povo de São Luís. No interior do Estado, pela mesma omissão, o covid-19 tende a avançar com dimensões graves e riscos inimagináveis.
Flavio Dino havia incorporado o próprio poder e entendeu ser a palmatória do poder público, impondo-se de um poder moral para pedir através da mídia, a renúncia do presidente da república e já se apresentava como candidato em 2022. O interessante é que o governador não olhou para a sua administração nos últimos 05 anos e não se espelhou nos graves problemas da sua administração e muitos quais, deixam de ser apurados pela deliberada omissão do Ministério Público Estadual. Para apenas citar um deles, o rombo no FEPA permanece na impunidade e os servidores estaduais aposentados devem ser prejudicados dentro de pouco tempo.
As negociatas dos respiradores e desvio do dinheiro do povo
O Governo do Maranhão para enfrentar a covid-19 recebeu doações de milhões de reais em equipamentos e dinheiro, mas pouco se sabe do valor, uma vez que há um grande silêncio por falta de transparência. O caso das compras de respiradores através do Consórcio Nordeste de Governadores resultou, em que os governadores nordestinos, e dentre eles Flavio Dino, os quais em abril fizeram um negócio com a empresa HempCare Pharma para a compra de respiradores na Alemanha. Os nove governadores fizeram uma compra de 300 respiradores, dos quais 30 seriam para o Maranhão, que pagou antecipadamente R$ 4,9 milhões. A empresa aplicou um calote em todos os governadores e mesmo com o governador da Bahia intercedendo perante as autoridades para prender alguns dos acusados e os bloqueios de contas, o dinheiro entregue aos caloteiros foi superior a R$ 49 milhões.
Flavio Dino sem esperar a concretização da primeira compra, efetuou uma segunda com o grupo e pagou R$ 4,3 milhões a outra empresa, que seguindo o caminho da primeira aplicou calote. O governador diz que foi ressarcido, mas como não apresenta qualquer prova, muita gente não acredita. A verdade é que calote teria ultrapassado os R$ 9 milhões
Sobre os calotes, Flavio Dino mantém um silêncio obsequioso. Se os recursos foram para o combate a covid-19, com certeza a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal estarão na cola do governador. Se eles saíram do tesouro estadual, o que se pode esperar é por um milagre por parte do Ministério Público Estadual, o que seria uma oportunidade para o novo Procurador Geral de Justiça colocar em ação o combate a corrupção, promessa feita no dia da sua posse ou então tudo ficará na impunidade pela omissão vergonhosa das instituições de controle, que geralmente são manipuláveis.
Fonte: AFD