Incêndios a casas, roças e até em Igreja Católica, são armas de grileiros, latifundiários, empresários do agronegócio e de maneira mais acentuada dos políticos, principalmente no município de Codó
Ao criar a Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência no Campo, através da Lei Estadual nº 10.246 e o Decreto nº 31048, de 25 de agosto de 2015, pelo qual dispõe o uso de Força Policial para o atendimento às determinações do Poder Judiciário relativas às reintegrações de posse e similares, nos meios urbanos e rurais, o Governo do Estado, pelo menos mostra disposição de evitar que muitas vidas venham a ser ceifadas.
O que suscita à minha pessoa como cidadão, jornalista e que muito acompanhou de perto a pratica de violência exacerbada de políticos, empresários do agronegócio, grileiros e latifundiários, que criminosamente expulsaram milhares de famílias de posses seculares com a conivências das policias militar e civil, que em muitas ocasiões chegaram a fazer parcerias com jagunços e pistoleiros para atender interesses de grileiros e latifundiários. A Comissão Pastoral da Terra, o Movimento Sindical Rural que integra todos os Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão, os Movimentos Quilombolas e várias outras entidades da sociedade civil organizada que trabalham em defesa dos direitos e da dignidade humana conhecem de perto a realidade da violência, Muitas lideranças já foram vítimas de truculências e agressões físicas, sem falarmos no considerável número de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que tombaram diante de armas de fogo ao tentar defender o direito de viver nos locais em que nasceram e construíram as suas famílias e da terra com o suor da labuta cotidiana tiravam o pão de cada dia.
A Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência no Campo será diretamente vinculada à Secretaria de Estados de Direitos Humanos e Participação Popular e será integrada pelas Secretarias de Estado da Segurança Públicas, da Agricultura e Pecuária, das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Instituto de Colonização e Terras do Maranhão – ITERMA, Defensoria Pública, Comando Geral da Policia Militar Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura do Maranhão – Fetaema, União Moradia Popular e Comissão Pastoral da Terra.
De acordo com os princípios emanados pela Lei Estadual que criou a Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência no Campo, entidades como a Fetaema e a Comissão Pastoral da Terra, têm muito a denunciar com medidas urgentes a serem tomadas com vistas aos conflitos que crescem com muita determinação. A maioria é decorrente da irresponsável e comprometida administração do INCRA no Maranhão no governo passado, que se constituiu criminosamente em defensora de interesses de políticos, empresários do agronegócio, de grileiros e latifundiários. Para que se tenha uma dimensão da perversidade implantada na Superintendência do INCRA pelo Partido dos Trabalhadores, centenas de processos de desapropriações de áreas e de regularizações fundiários foram engavetados, causando prejuízos sérios para os quilombolas. No município de Codó, apenas como um dos exemplos, o deputado César Pires, coronel reformado da Policia Militar, o ex-prefeito Biné Figueirêdo e o atual Zito Rolim, que já estiveram na lista suja do trabalho escravo, são os manipuladores das policias militar e civil, que constantemente perseguem trabalhadores e trabalhadoras rurais. Chegaram a prender a algemar um trabalhador por ter sido encontrado pescando em um riacho reclamado pelos latifundiários. Casas de várias famílias já foram incendiadas, inclusive uma Igreja Católica e existem vários padres ameaçados de morte, mas não conseguiram intimidar o bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá. A CPT, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e a Fetaema, têm conhecimento desses fatos e de muitos outros marcados por violências exacerbadas e que são bem presentes atualmente com ameaças para milhares de famílias. As bandalheiras no INCRA foram tão vergonhosas, que o ex-superintendente e deputado estadual do PT, José Inácio Sodré é réu na Justiça Federal.
Outra questão de fundamental importância que a Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência no Campo poderá adotar providências legais, reside que muitas áreas de terras devolutas que poderiam perfeitamente ser utilizadas pela agricultura familiar, estão incorporadas ao patrimônio de grandes empresas intituladas como do agronegócio, mas que na realidade são destruidoras do meio ambiente. O eucalipto praticamente destruiu babaçuais e muitos frutos nativos do cerrado na região do Baixo Parnaíba.