Os ataques a coletivos e escolas proporcionaram Uma Noite de Cão em São Luís e que teve continuidade hoje. A origem do sério problema está no Sistema Penitenciário e mais precisamente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Se houvesse um Serviço de Inteligência sério e competente, pessoal concursado e com formação técnica de agentes e inspetores penitenciários e gestão transparente nas unidades prisionais, os fatos que estão sendo registrados poderiam até ser tentados, mas a prevenção e a repressão seriam enfrentados sem maiores dificuldades pelo Sistema de Segurança Pública.
Por sucessivas vezes fiz observação sobre improvisos e maquiagens que estão sendo processadas no Sistema Penitenciário, com tentativas de dar conotação de ressocialização, a uma realidade que não existe por falta de um processo de transformação, iniciando com o respeito aos direitos e dignidade humana dos presos.
Querer se mudar o Centro de Detenção Provisória, até pouco tempo conhecido como Cadeião do Diabo para Unidade Prisional de Ressocialização, com um considerável número de presos de alta periculosidade sem trabalho técnico e muitas facilidades e o mesmo que abrir portas para problemas sérios, graves e resultados que estamos vendo.
O que causa bastante preocupação é que quando surge a explosão, as manifestações públicas das autoridades é que se trata de uma problemática nacional, quando na realidade, cada uma está ligada diretamente ao gerenciamento do Sistema Penitenciário de cada Estado.
Para provar e ratificar o que sempre venho afirmando, a Secretaria de Segurança Pública, muito tardiamente fez uma varredura em todas as celas das unidades prisionais e não teve maiores dificuldades para identificar os autores dos ataques e a princípio seriam 40, mas já se fala em 70. Sabe-se que foram apreendidos drogas, celulares e armas artesanais e com certeza identificadas muitas facilidades. Muito se tem questionado sobre o considerável número de pessoas contratadas através de seletivos com data para entrar e sair, salários bem aviltantes e sem a devida preparação técnica para uma função da mais alta responsabilidade e assediada diariamente com propostas de corrupção. Infelizmente são a maioria dentro das unidades do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, além dos que são protegidos pela direção da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.
A verdade é que enquanto não houver um Serviço de Inteligência competente e transparente, um sério controle com videomonitoramento em todas as celas, se acabar com privilégios de presos fora das celas, os plantonistas não conduzirem celulares quando estiveram em áreas de inspeção, para que não se sintam tentados a ceder seus aparelhos para os bandidos fazerem uso dos seus chips e outras determinações, a problemática estará sempre no ápice.
Particularmente, entendo que os bandidos alcançam os seus objetivos ao desestabilizar a sociedade, na proporção em que as instituições públicas são negligentes, incompetentes e até irresponsáveis no exercício das suas atribuições como gestores públicos, o que está bem explícito na questão carcerária. O Sistema Penitenciário ao primeiro ataque se apressou em tornar público que órgãos federais avaliam como positiva a administração atual e logo em seguida vieram mais ataques.
Sinceramente, se governador Flavio Dino não tomar providências urgentes para o exercício do controle de todo o Sistema Penitenciário do Maranhão, os problemas tendem a aumentar e até correr o risco de perda do controle. Tem muita gente que torce para a volta das barbáries, e dentro de unidades prisionais há elementos que não escondem insatisfação com o governo.