Mais investigações da Policia Federal na Superintendência do INCRA no Maranhão

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A Superintendência do INCRA no Maranhão desde a ascensão do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República se transformou em uma instituição defensora dos interesses de políticos, grileiros, latifundiários e empresários do agronegócio. Tem se posicionado contra trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente quilombolas e povos indígenas. Infelizmente, a instituição é controlada diretamente pelo ex-governador Washington Oliveira, hoje Ministro do Tribunal de Contas do Estado, mas vinculado por interesses seus e de aliados ao Partido dos Trabalhadores, defendendo nomes e indicando e outros para as superintendências do INCRA e do MDA.

A recentes prisão do superintendente César Carneiro, desarticulou um plano de interesses em que estavam afinados o próprio Washington Oliveira e o ex-superintendente José Inácio Rodrigues Sodré, hoje eleito deputado estadual, acusado de inúmeras praticas lesivas ao órgão durante o período da sua administração, que inclusive precisam ser investigadas, dentre as quais a construção de casas rurais, convênios nada transparentes com prefeituras municipais  e inúmeras denúncias graves, dentre as quais o descumprimento a uma determinação da Justiça Federal sobre o assentamento das 165 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais que deixaram as terras dos povos indígenas Awá Guajá.

A grande marca da perversa administração de José Inácio, na superintendência do INCRA, foi a proteção exacerbada que fez de políticos, latifundiários, grileiros e de empresários do agronegócio, principalmente na questão dos conflitos agrários. Muitas áreas que poderiam ser desapropriadas e outras que já deveriam ser regularizadas, foram simplesmente postergadas, como foram os inúmeros casos registrados nos municípios de Codó e Caxias, sempre defendidos pelo deputado estadual César Pires, então líder do governo no legislativo estadual e de todos os interessados em expulsar famílias de trabalhadores rurais das suas posses centenárias. Na região do Baixo Parnaíba, o grupo Suzano Papel Celulose conseguiu avançar sobre posses centenárias e até mesmo em áreas de terras devolutas. Há denuncias graves marcadas por interesses políticos partidários e eleitoreiros, que podem perfeitamente ser apurados pela Policia Federal. Inúmeros foram marcados pelos períodos das administrações de José Inácio e Fátima Santana, esta última funcionária de carreira do órgão, mas comprometida com os negócios escusos do seu antecessor.

A indicação e nomeação de César Carneiro para a superintendência do INCRA, tinha o objetivo de ser mantido durante o novo governo de Dilma Rousseff para dar continuidade aos interesses políticos com vistas as próximas eleições municipais, com mais convênios escusos com prefeituras. Como ele foi preso pela pratica de falcatruas na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e imediatamente demitido do INCRA, Washington Oliveira e José Inácio saíram bem arranhados, mas não desistem, uma vez que se houver investigações da Policia Federal solicitadas pelo Ministério Público e determinadas pela Justiça Federal, tendo por base investigações que estão sendo feitas pela Controladoria Geral da União, a casa deve cair e derrubar muita gente.

Por outro lado, segmentos de trabalhadores rurais, principalmente dos quilombolas estão se articulando com vistas a pedir ao governador Flavio Dino, que diante da vergonhosa situação em que se encontra o INCRA no Maranhão, que seja nomeado um superintendente vindo de outro Estado e sem vinculação politica partidária. A verdade é que são muitas as denúncias feitas contra os três últimos superintendentes, a maioria feita diretamente ao Ouvidor Agrário Nacional e presidente da Comissão de Combate a Violência no Campo. A se manter pessoas do esquema, com certeza, o futuro governador Flavio Dino poderá enfrentar problemas sérios em razão do aumento dos conflitos e confrontos pela posse da terra no meio rural maranhense, levando-se em conta que o INCRA sempre se posiciona em favor dos opressores.

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