Oito presos fogem da CCPJ do Anil e dois militares são assassinados na renuncia de Roseana Sarney

aldirA governadora Roseana Sarney, antes de apresentar o seu pedido de renuncia à Assembleia Legislativa do Estado, recebeu a indignação de oito presos que decidiram fugir da Central de Custódia de Presos de Justiça do Anil para marcar efetivamente a incompetência da administração estadual do Sistema Penitenciário do Maranhão e o registro da vigésima fuga este ano. Outro fato revoltante e que também se constituiu na marca da desastrosa administração da agora ex-governadora, certamente já instalada em Miami – Estados Unidos são os assassinatos de mais dois militares da Policia Militar, elevando para 14 o número dos que tombaram em defesa da sociedad este ano.  O governo de Roseana Sarney teve como os seus principais fracassos a violência instalada no Sistema Penitenciário e a que domina todo o Estado, principalmente na capital, hoje uma referência internacional pelo crescente número de assassinatos e o avanço indiscriminado no consumo e tráfico de drogas.

     Com as fugas da madrugada do último domingo, no presente exercício o número chega a 120, e apensas 16 bandidos foram recapturados. Com o apoio do Governo Federal e uma farsa montada por Roseana Sarney e o ministro José Eduardo Cardoso, da Justiça, foi criado o tal Comitê de Gestão Integrada, órgão formado por membros dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa do Estado, Defensoria Pública, Conselho Penitenciário e os Secretários de Segurança Pública e o de Justiça e Administração Penitenciária, com o objetivo específico de fiscalizar, acompanhar e tomar decisões quanto ao gerenciamento de todo o Sistema Penitenciário. Ficou definido que em outubro do ano passado pelo colegiado, que seriam construídos mais de 10 unidades prisionais em caráter emergencial e a conclusão de pelo menos outras quatro que estavam abandonadas. O colegiado decidiu que a partir de dezembro seriam entregues as primeiras obras e imediatamente seria iniciado o processo de enfrentamento a superlotação, apontada como a causa principal dos 60 assassinatos registrados em 2013 no Complexo Penitenciário, incluindo duas barbáries com inúmeras decapitações, que trouxe a São Luís a mídia nacional e internacional.

   A decisão tomada em outubro do ano passado, de nada adiantou e o resultado é que todos os integrantes do colegiado não tiveram a mínima responsabilidade em adotar providências e o resultado é que a crise continuou e até hoje temos o registro de 24 assassinatos nas unidades prisionais, dos quais 17 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, até data de hoje. Das 13 unidades prisionais que deveriam ser construídas, nenhuma delas foi concluída, apenas uma que está em fase de acabamento na área do distrito industrial, já tem alguns presos recolhidos.

   O registro é para mostrar, o quanto a governadora Roseana Sarney foi irresponsável com os Sistemas de Segurança e Justiça Penitenciária e muito mais o Conselho de Gestão Integrada, que embora presidido pela governadora, havia integrantes, que poderiam ter se manifestado em nome das instituições que representavam. Infelizmente, até pela omissão todos são indistintamente responsáveis pelos assassinatos, fugas e outras violações aos direitos humanos. Nem mesmo a corrupção deslavada que predomina dentro do Sistema Penitenciário do Estado e a terceirização criminosa imposta dentro das unidades para a garantia de contratos milionários para beneficiar políticos aliados ao Palácio dos Leões, não foi observada pelo Comitê de Gestão Integrada, daí é que se fala em um rombo de 80 milhões na SEJAP.

   Um registro importante que deve ser observado reside em que antes do surgimento da crise de assassinatos e barbáries, a governadora Roseana Sarney e os secretários Aluísio Mendes, Sebastião Uchôa e Ricardo Murad, irresponsavelmente e sem qualquer ônus de prova acusaram agentes e inspetores penitenciários de serem os responsáveis por atos praticados dentro das unidades prisionais. A partir da retirada deles de dentro de todas as unidades do Complexo de Pedrinhas, permanecendo apenas os que eram subservientes a Sebastião Uchôa é que a crise se instalou dentro do Sistema Penitenciário com barbáries e fugas e a corrupção passou a predominar, inclusive com a contratação de 294 pela empresa Gestor com salários entre um mil e quinhentos e sete mil reais, em que há parentes de autoridades que eram beneficiadas para não trabalhar. A direção do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Maranhão tem a intenção de publicar os nomes com os respectivos salários de todos os beneficiados pela corrupção.

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *