Ouvidor Agrário Nacional está em São Luís recebendo denúncias contra ex-dirigentes do INCRA

     aldirA Operação Ferro e Fogo, deflagrada ontem pela Policia Federal no Maranhão causou um verdadeiro pânico no INCRA do Maranhão, principalmente pela prisão do superintendente do órgão Antonio César Carneiro Sobrinho. As primeiras informações revelavam que prisão teria sido decorrente de improbidades ocorridas no INCRA, mas para alivio de muita gente comprometida, algumas das quais chegaram até ter oscilação de pressão arterial, a operação Ferro e Fogo, apenas raspou a trave, mas com certeza outra não deve demorar a pegar em cheio muita gente, inclusive que já passaram pela administração da autarquia federal.

      Quem está em São Luís é o Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, que já visitou algumas áreas quilombolas, principalmente as que vivem verdadeiro terrorismo de ameaças por parte de políticos, grileiros, latifundiários e empresários do agronegócio, principalmente na região do município de Codó. A direção do INCRA e as suas últimas administrações foram coniventes com toda a violência, omitindo-se em fazer desapropriações e regularizações fundiárias, compactuando criminosamente com os interesses de deputado, prefeito, ex-prefeito e vários empresários. Várias entidades quilombolas já denunciaram ex-superintendentes, que afirmaram a existência de recursos para a solução dos problemas de conflitos, mas inesperadamente não honraram com afirmações feitas em audiências com o próprio Ouvidor Agrário Nacional. As entidades estão solicitando uma auditoria na Superintendência do INCRA no Maranhão, tendo em vista que os recursos teriam sido direcionados para convênios políticos com prefeituras, principalmente da região da Baixada do Maranhão, envolvendo milhões de reais, inclusive com critérios nada transparentes e sem objetivos que justificassem convênios em período eleitoral.

       Outra questão que trouxe mais uma vez o Ouvidor Agrário Nacional ao Maranhão reside, na questão do assentamento das 165 famílias que tiveram que deixar as terras Awá Guajá e que teriam que assistidas pelo INCRA, conforme acordo celebrado com a Procuradoria Geral da República e Justiça Federal, com recursos garantidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Muitas famílias continuam abandonadas, o que mereceu a indignação do juiz federal José Carlos do Vale Madeira, que cobrou providências urgentes para a resolução da problemática, que inclusive contou anteriormente com a participação do ex-superintendente e hoje deputado estadual eleito, José Inácio Rodrigues Sodré. Ele foi o primeiro a contribuir para o agravamento da situação das famílias e também está ligado às questões dos quilombolas.

       José Inácio Rodrigues Sodré, com o apoio do ex-vice-governador Washington Oliveira, hoje ministro do Tribunal de Contas faziam planos para emplacar definitivamente o nome de Antonio César Carneiro Sobrinho, mas como ele foi preso e está enrolado na corrupção que dominou por muito tempo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, a proposta do deputado estadual é que o cargo seja ocupado pela sua companheira Vete Botelho, que como politica tem muitas arestas. A verdade é que está em execução um plano para que a Superintendência do INCRA no Maranhão seja ocupada por alguém que tenha muita afinidade com os interesses de José Inácio e Washington Oliveira, dai constantes visitas ao presidente nacional do INCRA, Carlos Guedes.

   O Ouvidor Agrário Nacional, que deve permanecer em São Luís até a próxima sexta-feira deve levar consigo muito material para a Procuradoria Geral da República solicitar a instauração de procedimentos e investigações pela Policia Federal.

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