Sem reajuste, servidores do governo federal planejam greve

Servidores do Executivo federal estão se organizando para realizar greves devido à resistência do governo em conceder reajustes salariais em 2024. Já ocorreram paralisações pontuais em algumas categorias, incluindo agentes de órgãos ambientais, funcionários do Banco Central, auditores-fiscais da Receita Federal e agentes da fiscalização sanitária. Universidades também consideram aderir ao movimento grevista no primeiro semestre do ano.

Enquanto algumas categorias já iniciaram paralisações, outras estão em fase de assembleia para decidir sobre ações futuras. No dia 10 de janeiro, entidades enviaram um ofício ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos propondo um reajuste salarial em três parcelas, a serem implementadas em maio de 2024, 2025 e 2026. Até o momento, o governo não respondeu à contraproposta.

Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado, expressou preocupação com a falta de resposta do governo e indicou a possibilidade de uma greve geral caso a situação não seja resolvida. A última greve geral no serviço público aconteceu em 2012, quando quase 360 mil servidores paralisaram suas atividades.

Entre as paralisações recentes, os servidores do Banco Central realizaram uma greve de 24 horas em 10 de janeiro, afetando significativamente os serviços da autoridade monetária. Fabio Faiad, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, afirmou que menos de 30% dos funcionários trabalharam naquele dia e que uma greve por tempo indeterminado poderá ser decidida após o Carnaval.

Os servidores do Banco Central reivindicam, entre outras coisas, bônus por produtividade, reajuste salarial, exigência de nível superior para cargo técnico e mudança de nome do cargo de analista para auditor.

Já os servidores de órgãos ambientais, como o Ibama, iniciaram uma paralisação no início de janeiro, afetando operações de fiscalização ambiental na Amazônia, fiscalização em terras indígenas, vistorias de processos de licenciamento ambiental, prevenção e combate a incêndios florestais e atendimentos emergenciais.

A greve dos auditores-fiscais, que começou em novembro, ameaça os julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais e a liberação de cargas e fiscalização em grandes aeroportos internacionais e portos do país.

O governo, por sua vez, não prevê aumento salarial para os servidores em 2024 devido a restrições orçamentárias, propondo apenas aumentos nos auxílios. A equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justifica a não concessão de reajuste salarial pelo esforço em atingir a meta fiscal zero. Em 2023, os servidores receberam um aumento salarial linear de 9% e um aumento de 43% no auxílio-alimentação.

Uma pergunta se faz necessária, diante das não convincentes explicações do governo, se o esforço para atingir meta fiscal zero será aplicado às viagens de turismo de Lula e Janja e outros políticos que gostam de desfrutar de mordomias exacerbadas com o dinheiro do povo?

Jornal da Cidade Online

 

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