Corrupção no Covid-19 conta com centenas de denuncias e operações da PF continuarão

Existem centenas de denúncias de desvios criminosos de recursos destinados ao enfrentamento da pandemia do covid-19. A maioria dos crimes que envolvem prefeitos e governadores é decorrente de superfaturamento e outros negócios criminosos para embolsar dinheiro e proporcionar a morte de milhares de pessoas por falta de atendimentos médicos. As operações da Polícia Federal devem ser mais constantes e o Ministério Público Federal vem trabalhando com intensidade na produção de provas para pedidos de investigação, de busca e apreensão e prisão de gestores públicos insaciáveis em se locupletar com o dinheiro público com as suas práticas corruptas.

Com a operação Placebo que mirou hoje a casa do governador Wilson Witzel, a Polícia Federal já desencadeou seis operações, em menos de um mês, para investigar desvios de recursos em medidas de combate ao coronavírus. Houve ações no Amapá, Ceará, Pará e Rio de Janeiro até agora. Pelo menos, o desvio de R$ 53 milhões é apurado. O maior dano vem da compra superfaturada de respiradores, mas há também sob investigação contratos de equipamentos de proteção individual, de limpeza e o pagamento do auxílio emergial.

Antes de pedir demissão, o ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou a Polícia Federal “apurar de forma implacável qualquer desvio de verba federal destinada ao combate do novo coronavirus”, como disse no fim de abril .A Controladoria-Geral da União e o Ministério Público também fizeram parte de algumas dessas ações.

No dia 29 de abril, a Operação Vírus Infectio, no Amapá, apurou que o valor pago por equipamentos de proteção na área da saúde foi de aproximadamente R$ 930 mil, apesar da referência ser de quase R$ 291 mil, o que mostra que foram gastos cerca de R$ 639 mil a mais em relação aos preços médios praticados no mercado nacional.

A Operação Expurgo, no Amapá, ocorreu no dia 11 de maio. Apurou irregularidades e aplicação indevida de quase R$ 2 milhões na contratação sem licitação de uma empresa para ações de limpeza e desinfecção visando o combate à Covid-19.

A compra de 152 respiradores mecânicos chineses no Pará também está sendo investigada. O lote foi adquirido por R$ 25,2 milhões e foi objeto da Operação Profilaxia, no dia 13 de maio. Os equipamentos foram entregues pela empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos mas não correspondem aos requisitos necessários para unidades de terapia intensiva (UTIs) do estado. Por isso, nem mesmo puderam ser instalados. De acordo com o governo paraense, o uso dos equipamentos pode colocar em risco os pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Dias depois, em 21 de maio, foi a vez da Operação Arrebol, em Aurora (CE), com foco em apurar crime eleitoral em pagamentos do auxílio emergencial.

Nesta segunda-feira (25/05), um dia antes da Placebo, houve a Operação Dispnéia – novamente uma ação sobre a compra de respiradores, só que em Fortaleza. A PF investiga a contratação de uma empresa paulista de “duvidosa capacidade técnica e financeira para entrega dos equipamentos”, afirma a corporação. Além da ausência de capacidade técnica e financeira da empresa contratada, houve superfaturamento dos valores pagos pelos equipamentos, um potencial prejuízo financeiro de até R$ 25,4 milhões aos cofres públicos.

CNN Brasil

Igreja Católica questiona isolamento e quer reabrir o Santuário de Aparecida

A Igreja Católica considera que não há consenso sobre a eficácia do isolamento social como medida de contenção do Covid-19 e pediu à Justiça que seja liberada a realização de missas no Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, localizado em Aparecida, no interior de São Paulo.

Maior templo católico do país, o Santuário foi proibido de realizar eventos por liminar judicial no dia 14 de março. A juíza Luciene Belan Ferreira acatou o pedido do Ministério Público e disse que a medida era necessária diante da ameaça de contaminação e disseminação da doença.

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Em contestação apresentada à 2ª Vara Cível de Aparecida, o Santuário afirmou que “há sérios questionamentos técnicos” quanto a pertinência da restrição à circulação de pessoas. “Países como a Suécia não adotaram um mecanismo extremo e sofreram menos do que outros, como a Itália, que adotaram o modelo restritivo estranhamente defendido pela Promotoria.”

O Santuário é a catedral da Arquidiocese de Aparecida e recebe anualmente cerca de 12 milhões de pessoas. No documento apresentado à Justiça, a Igreja reclama da falta de coordenação entre as autoridades. “Se o presidente da República diz ‘A’, o governador diz ‘B’, o Ministério Público diz ‘C’ e o STF orienta a ‘D’…, o que o cidadão deverá fazer? Em quem acreditar?”.

O presidente Jair Bolsonaro tem minimizado a gravidade da pandemia do coronavírus. Contrariando as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), ele questiona o isolamento social e tem atacado os governadores, sobretudo João Doria (São Paulo), em razão das medidas que estabeleceram a quarentena nos Estados. Dois ministros da saúde deixaram o cargo por discordar do presidente.

Para a Igreja, “a falta de coordenação ou a adoção de medidas exageradas possuem uma grande externalidade negativa: pode causar sérios riscos à ordem pública por descredibilizar as autoridades públicas perante a população”. A Igreja reclama ainda do fato de a medida ter sido tomada por iniciativa do Ministério Público, argumentando que não cabe à instituição criar políticas públicas. A atribuição, diz a Igreja, é do Poder Executivo, que “não é parte do processo.” A contestação ainda não foi julgada pela 2ª Vara Cível de Aparecida.

O Santuário tentou também derrubar a liminar no Tribunal de Justiça, mas não obteve sucesso. Os desembargadores Marcelo Theodósio e Aroldo Viotti disseram que a proibição das missas é uma medida destinada a proteger e resguardar o direito à saúde e a vida das pessoas, a fim de reduzir os danos provocados pela calamidade da pandemia.

Na decisão citaram o fato de que o próprio papa Francisco realizou uma benção diante de uma praça de São Pedro vazia, já que havia restrições de circulação no próprio Vaticano. “A decisão de manter fechada a Igreja Nossa Senhora Aparecida encontra-se em consonância não apenas com a recomendação das autoridades sanitárias e especialistas da área da saúde, mas inclusive com a orientação do líder maior da própria igreja católica”, disseram na decisão.

UOL Notícias

 

Corregedor Nacional de Justiça instaura procedimento contra desembargador do TJMA

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, instaurou pedido de providências, de ofício, para que o desembargador Tyrone José Silva, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), preste esclarecimentos sobre fatos divulgados em notícia jornalística sobre suposta irregularidade cometida na soltura de três presos de alta periculosidade.

De acordo com uma notícia que chegou ao conhecimento da Corregedoria Nacional de Justiça, três homens, presos sob a acusação de homicídio duplamente qualificado e fora do grupo de risco para a Covid-19,  teriam obtido alvará de soltura, após concessão de liminar pelo magistrado, fundamentada em excesso de prazo da prisão preventiva e na pandemia do novo coronavírus.

Recomendação
Em resposta a questionamentos feitos pelo veículo de comunicação, o desembargador teria dito que a decisão está em consonância com a Recomendação 62/2020 do Conselho Nacional de Justiça, uma vez que os três homens estão presos há mais de um ano e sem perspectiva de julgamento, já que a epidemia da Covid-19 suspendeu as sentenças de júri.

Diante da invocação de ato normativo do CNJ como fundamento para a concessão da soltura, o ministro Humberto Martins solicitou mais esclarecimentos sobre os fatos narrados para verificação de eventual violação dos deveres funcionais por parte do magistrado.

“Considerando o teor dos fatos mencionados e tendo em vista a linha tênue que separa os atos simplesmente jurisdicionais dos que detêm relevância correcional no presente caso, bem como a cautela peculiar afeta à atuação da Corregedoria Nacional de Justiça, faz-se necessária a instauração de procedimento prévio de apuração para verificação de eventual violação dos deveres funcionais por parte de membro do Poder Judiciário”, disse Humberto Martins.

O desembargador Tyrone José Silva terá um prazo de 15 dias para prestar os esclarecimentos solicitados pela Corregedoria Nacional de Justiça.

Com informações da assessoria de imprensa do Conselho Nacional de Justiça.

 

Cientista norte-americano diz que lockdown é perda de tempo e pode matar mais

Michael Levitt, professor da Universidade de Stanford e vencedor de um prêmio Nobel de química, acredita na volta à rotina, mas com máscaras.

Michael Levitt: professor acredita na retomada da normalidade, mas com máscaras e distanciamento social. O lockdown, fechamento total do comércio não-essencial, como estratégia contra o novo coronavírus é uma perda de tempo e pode matar mais pessoas, afirma Michael Levitt, professor da Universidade de Stanford e vencedor de um prêmio Nobel de química em 2013.

Levitt previu corretamente o impacto da pandemia do novo coronavírus e sugere que as medidas de isolamento social foram tomadas mais por pânico do que por evidências científicas conclusivas. Para ele, o modelo matemático adotado pelo governo americano inflou 10 ou 12 vezes o número de mortes nos Estados Unidos, um dos países que aderiram ao lockdown em alguns estados. O país é o que tem mais casos de pessoas contagiadas no mundo.

Ao jornal britânico Telegraph, Levitt afirmou acreditar que o lockdown não tenha salvado vidas. “Eu acho que ele pode ter custado mais vidas. Pode ter poupado vidas que seriam perdidas em acidentes de trânsito, coisas assim, mas o dano social – violência doméstica, divórcios e alcoolismo – foi extremo. E há também quem deixou de ser tratado por outras condições médicas”, disse. O professor acredita na retomada da rotina, mas com a população usando máscaras e adotando medidas de distanciamento social.

O outro lado

Apesar da opinião de Levitt, um estudo feito por pesquisadores de Singapura mostra que as medidas de distanciamento social, o fechamento de escolas e a quarentena de pessoas infectadas são as medidas mais efetivas para conter a propagação do novo coronavírus, causador da doença covid-19.

Revista Exame

 

O Coaf ao investigar Flavio Bolsonaro entrou no retrocesso de combate à corrupção, dizem especialistas

Partiu do Coaf o relatório que originou a investigação sobre a evolução patrimonial do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Para entidades que atuam em defesa da transparência, na gestão pública o combate à corrupção enfraqueceu na gestão Bolsonaro. ONGs atribuem situação ao desmonte do Coaf e à escolha de Augusto Aras à revelia para PGR. “Não se sabe o que o Coaf tem feito ou como tem trabalhado”, diz Gil Castello Branco, do Contas Abertas. Na avaliação de Bruno Brandão, da Transparência Internacional, houve ainda interferência política em órgãos fundamentais como a PF.

Representantes de organismos que atuam em defesa da transparência na gestão pública afirmam que o combate à corrupção retrocedeu no governo de Jair Bolsonaro (sem partido), iniciado em 1º de janeiro de 2019.

O tema foi posto em debate após fala do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que criticou o presidente, no domingo (24), em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo. Segundo o ex-juiz da Operação Lava Jato, faltou “impulso” ao mandatário na formulação de políticas públicas para coibir irregularidades e desvios de conduta.

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Para Gil Castello Branco (Contas Abertas) e Bruno Brandão (Transparência Internacional), além de uma paralisia em relação ao que já vinha sendo feito, o governo acabou por desmontar mecanismos fundamentais como o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão que perambulou de ministério em ministério até ser alocado no Banco Central.

Os especialistas também mencionaram a indicação de Augusto Aras para a chefia da PGR (Procuradoria-Geral da República). A escolha foi feita por Bolsonaro à revelia da lista tríplice, isto é, os três nomes sugeridos pela associação que representa a categoria.

Foi a primeira vez que um presidente da República não respeitou a lista tríplice e ignorou as recomendações. A decisão de Bolsonaro foi criticada por procuradores, que temem que o desrespeito à tradição possa comprometer a autonomia da PGR.

O UOL procurou a CGU (Controladoria-Geral da União) e aguarda um posicionamento oficial, que será incluído neste texto assim que for recebido pela reportagem.

Coaf, o marco zero

A novela que se arrastou durante o ano passado sobre o destino do Coaf foi, segundo entendimento dos analistas ouvidos pelo UOL, o primeiro retrocesso no combate à corrupção.

Na semana passada, reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que o vaivém na definição da gestão da pasta gerou instabilidade e diminuiu suas atividades. Houve queda na produção de relatórios e nas multas.

O impasse começou logo após Bolsonaro tomar posse. A pedido de Moro, o presidente alocou o conselho — responsável por prevenir irregularidades em transações financeiras e identificar crimes de lavagem de dinheiro — na estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Moro planejava dar ao Coaf um papel estratégico e fundamental no combate à corrupção. O ministro, no entanto, precisou medir forças com o Congresso Nacional, que desejava devolver o órgão ao Ministério da Economia (antigo Ministério da Fazenda). Os parlamentares acabaram vencendo a batalha, e o conselho acabou parando no Banco Central.

O Coaf ficou ali perambulando entre ministérios e, após ser incorporado ao Bacen, pouco se escuta falar dele. Não se sabe o que o Coaf tem feito ou como tem trabalhado. Com certeza isso ajudou a enfraquecer o combate à corrupçãoGil Castello Branco, fundador da ONG Contas Abertas

Castello Branco elencou ainda outros episódios que, segundo ele, compõem uma cronologia do arrefecimento do combate à corrupção no país. Entre eles estão as trocas de comando na Polícia Federal e na Receita, a anulação da sentença contra Aldemir Bendine, a aprovação do projeto da Lei do Abuso de Autoridade e a desidratação do pacote anticrime no Parlamento.

Castello Branco afirma que a responsabilidade por esses “retrocessos” não é exclusiva do presidente Jair Bolsonaro, e sim resultado de um “pacto pela impunidade”, o que inclui o Legislativo e o Judiciário.

“Os três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, fizeram uma espécie de pacto pela impunidade e contribuíram para esse enfraquecimento do combate à corrupção”, disse. “Talvez tenham feito isso em nome de um argumento que era corrente no Supremo, o de que as investigações [da Lava Jato] estavam prejudicando o crescimento do país”.

“Em nome desse suposto crescimento econômico, pretendia-se mudar o foco ali do combate à corrupção para outras abordagens. Havia uma visão de que era preciso mudar esse foco para permitir que o país crescesse, para criar um ambiente mais propício aos negócios. O Executivo e o Legislativo já trabalhavam com essa perspectiva. Faltava o último vértice desse triângulo, que era o Executivo.”

Interferência política

Para Bruno Brandão, houve interferência política em órgãos fundamentais ao combate à corrupção, como a Polícia Federal e a Receita Federal. Este foi, segundo sustenta o diretor da ONG Transparência Internacional, o “pior dos retrocessos”.

“A principal falha do governo nesse sentido foi a ingerência política nos órgãos de controle e fiscalização, anulando os ganhos técnico e institucional que havíamos obtido com o avanço da Lava Jato. Isso compromete a autonomia desses órgãos de controle”, comentou.

De acordo com o especialista, a única tentativa por parte do Executivo de elaborar uma política pública para fortalecer o combate à corrupção foi o pacote anticrime, projeto desenhado pelo ex-ministro Moro. O conjunto de medidas, no entanto, foi desfigurado durante a tramitação no Parlamento.

“O pacote já veio muito desidratado [para votação no Congresso] e muito pouco ambicioso. Ele pesava a mão na questão do crime organizado, mas tinha uma eficácia muito limitada em relação ao combate à corrupção.”

UOL Notícias

 

Ministro da Educação é convocado pelo Senado para explicar comentários sobre o STF

Na sessão deliberativa remota desta segunda-feira (25), os senadores aprovaram um requerimento de convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, por comentários feitos por ele na reunião ministerial de 22 de abril. A data da convocação será definida pelo presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), que não estava presente na sessão de hoje.

Para o líder do MDB, senador Eduardo Braga (AM), o requerimento é um sinal que o Senado dá ao Executivo de que é preciso haver limites. “Ora, um ministro da Educação falar da forma como falou contra dois outros Poderes? Ele sequer foi eleito. Ele sequer tem representatividade”, disse Braga.

“Não é só o ministro da Educação que tem dado declarações desrespeitosas às instituições. Se persistirem essas galopantes declarações contra a democracia, nós vamos querer esclarecimentos de outros ministros e até mesmo do presidente da República”, concluiu.

Apoio do líder do governo

O líder do governo no Senado,  Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), pediu para que os senadores não julgassem as falas dos demais ministros pela mesma régua e solicitou que fosse apreciado apenas o requerimento de convocação de Weintraub. “As frases ditas pelo ministro da Educação cruzam uma linha. Uma linha que todos nós temos que guarnecer, que é a linha do respeito às instituições, dos poderes da República”, afirmou Bezerra.

“Mesmo numa reunião privada não se pode usar das expressões e da forma agressiva como foi utilizada”, disse. O líder afirmou, ainda que havia adiantado ao presidente Jair Bolsonaro que haveria forte reação do Congresso Nacional contra a fala. Ele pediu, no entanto, que essa questão não cesse o diálogo com o Poder Executivo.

As falas foram rechaçadas pelos senadores dos diversos campos ideológicos, com alguns pedindo, inclusive, a demissão do ministro. “Quero perguntar quem são os vagabundos que deveriam ser presos nesta Casa e por que ele acha que tem vagabundos no STF. Palavras não podem ser em vão”, afirmou a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), autora do requerimento. Para ela, o ministro tem que saber o papel que desempenha.

“Numa mesma reunião, mesmo de caráter reservado, mas tornada pública por decisão judicial, o titular da Pasta da Educação, uma das mais importantes do Primeiro Escalão do Governo Federal, atenta contra a dignidade dos integrantes da mais alta Corte do Judiciário brasileiro, agride a Capital da República e despreza os povos indígenas, cuja integridade e cultura devem ser preservadas por preceito constitucional”, escreveu a senadora.

As declarações do ministro

O vídeo da reunião teve o sigilo levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello na última sexta-feira (22), exatamente um mês após o encontro. Na reunião, Weintraub defendeu a prisão de ministros do STF.

“A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando. Não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais… o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge… o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca”, disse Weintraub.

O ministro também teceu críticas a Brasília e ao termo povos indígenas. “Ele tá querendo transformar a gente numa colônia. Esse país não é… odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio. O ‘povo cigano’. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré.”

Congresso em Foco

 

Servidores do Ministério do Meio Ambiente pedem saída de ministro por “Oportunismo Criminoso”

A Associação Nacional dos Servidores do Meio Ambiente (Ascema Nacional), emitiu uma nota de repúdio ao ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles. No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, Salles aparece sugerindo ao presidente Jair Bolsonaro e aos outros ministros, aproveitar o tempo de pandemia, em que a imprensa “só fala de covid-19”, pra “passar a boiada” de normativas infralegais.

Segundo o ministro, o momento de pandemia é uma oportunidade para fazer desregulamentações que seriam alvos de críticas da imprensa em momentos normais.

Segundo a entidade,  após a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 o presidente colocou em prática “a estratégia de dilapidação da proteção ao meio ambiente através do desmonte de seus órgãos executivos. Para isso Ricardo Salles foi nomeado”.

Sobre a declaração de Salles, de que deve ser aproveitado o momento em que a imprensa está de olho nos impactos da covid-19 para “passar a boiada”, a Ascema afirmou que é “oportunismo criminoso” e disse que é inaceitável que Salles “permaneça destruindo o patrimônio ambiental do Brasil”.

Em nome dos servidores da carreira de especialista em Meio Ambiente, a Ascema vem denunciado as atitudes de Ricardo Salles e o classifica como “antiministro”. “Desde o começo de seu trabalho de desmonte do Ministério do Meio Ambiente, do IBAMA e do ICMBio, seguindo as diretrizes inconsequentes, irresponsáveis e anticientíficas de seu chefe, Bolsonaro”, afirma a nota de repúdio da instituição.

“Não por acaso, assistimos ao aumento vertiginoso dos desmatamentos na Amazônia, detectados pelas imagens de satélite ainda em novembro de 2018, logo após o resultado das eleições. Com a posse de Bolsonaro, de imediato, a Secretaria de Mudanças do Clima e Florestas foi extinta e a Secretaria de Recursos Hídricos e o Serviço Florestal Brasileiro foram para outras pastas, retirando da área ambiental a responsabilidade pela gestão das nossas águas e florestas públicas. Também a sociedade civil foi vilipendiada no desmonte do CONAMA, perdemos o Fundo Amazônia, o sistema de julgamento de multas foi paralisado pela criação dos Núcleos de Conciliação Ambiental, o ICMBio foi ocupado e  desestruturado por Policiais Militares e o IBAMA exonerou a cadeia de comando da fiscalização”, denuncia a Ascema.

Manifestação

Um grupo de manifestantes ambientalistas realizou, por volta das 6h desta segunda-feira (25), um protesto contra o ministro Ricardo Salles, em frente ao Ministério do Meio Ambiente. Cerca de dez manifestantes participaram parte do ato. Eles carregavam uma faixa de 20 metros pedindo o impeachment do ministro e gritavam palavras de ordem como “fora, Salles” e ” impeachment já. A boiada não vai passar”.

Falta de ação

O Ministério do Meio Ambiente tem sido acusado de negligência quanto à proteção ambiental no país. Uma decisão liminar emitida na última semana obriga IbamaFunai Icmbio a adotarem medidas concretas para combater o desmatamento na Amazônia “sem prejuízo de nenhuma outra atividade funcional”. Segundo o texto, os órgãos terão que adotar “imediatamente, ações de comando e controle para contenção de infratores ambientais – madeireiros, garimpeiros, grileiros, dentre outros”. A decisão foi assinada pela juíza federal, Jaiza Maria Pinto Fraxe.

O texto ressalta que desde 2012 é possível notar um crescimento no desmatamento. “A tendência de corte raso da floresta amazônica teria se acentuado em 2019, quando cerca de 10.300 km2 da Amazônia Legal foram desmatados, segundo dados do PRODES (de agosto de 2018 a julho de 2019), representando assim o maior índice de desmate dos últimos dez anos”, diz a peça.

Em resposta ao Congresso em Foco, na ocasião o MMA afirmou que o “Governo já está atuando conforme determina a decisão judicial, através da Operação de Garantia da Lei e da Ordem que mobilizou IBAMA, ICMBIO, Polícia Federal, Forças Armadas e polícias estaduais”.

Retaliações

Salles também é alvo de denúncias de retaliações. Ele exonerou dois servidores da pasta que atuavam na coordenação de fiscalização e de operações contra crimes ambientais. As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União no dia 30 e são vistas como retaliação a uma operação de combate ao garimpo ilegal que aconteceu no começo de abril na região amazônica.

Entre os servidores do Ministério, a leitura é de que as demissões são uma resposta à insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com a realização de operações contra o garimpo ilegal no sul do Pará que foram mostradas no programa Fantástico, da TV Globo. O que mais incomodou o presidente foi o fato de os agentes terem queimado tratores e outros equipamentos usados no garimpo ilegal. Em novembro de 2019, Jair Bolsonaro prometeu a garimpeiros, em frente ao Palácio da Alvorada, que proibiria a queima de maquinário ilegal apreendido em ações de fiscalização.

Congresso em Foco

 

Ex-ministro Nelson Teich: O Brasil combate covid-19 com “incapacidade de enxergar” à frente

Houve pressão por parte de Bolsonaro para que Brasil autorizasse uso da cloroquina em pacientes com coronavírus no Brasil, mas ex-ministro Nelson Teich afirmou que medicamento era uma incerteza Imagem: AFP

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich disse que o Brasil enfrenta a pandemia de covid-19 “em uma situação de absoluta incapacidade de enxergar o que vem pela frente”. A declaração foi feita em entrevista à Globo News, em que ele tentou não criar divergências com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ainda assim, afirmou que não sabe o que vai acontecer.

“A gente navega hoje em uma situação de absoluta incapacidade de enxergar o que vem pela frente. Ter uma gestão com instabilidade, ansiedade, medo e polarização é muito difícil. A gente realmente não sabe o que vai acontecer. Como a covid vai evoluir, quanto tempo vai durar? A gente realmente não sabe”.

Teich afirmou que existia uma posição diferente entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso da cloroquina. O ex-ministro afirmou que mantinha conversas com o governo federal sobre o assunto e que o presidente foi eleito pela população, que o escolheu para o cargo. Então, a pessoa que deveria sair é ele, Teich.

“O presidente é a pessoa escolhida, votada, é o representante; ele me colocou lá. Se eu escolho o caminho diferente do dele, quem tem de sair sou eu. Mas o fato de ter uma diferença não quer dizer que tem um conflito. Foi uma saída confortável.”

Em outro ponto da entrevista, o ex-ministro afirmou que caberá a população avaliar a performance do presidente. “O povo vai dizer o que acha dele. Mas eu não vou julgar o presidente agora, não vou fazer isso.”

Sobre a acusação feita por seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, de que Bolsonaro tentou alterar a bula da cloroquina por decreto, negou que pedido do tipo tenha sido feito a ele:

“Não. Simplesmente não. A resposta é não. Eu conversava com o presidente, por mais que tivesse problema com ele. Não tinha como ele me pressionar. Jamais seria eu pressionado, porque eu não ia aceitar. Ali era uma conversa, quem decidia era eu.”

Teich esteve a frente do MInistério da Saúde menos de um mês. Quase no fim da conversa, que durou quase duas horas, foi questionado se havia algum arrependimento por ter aceitado o cargo.”Nunca. De jeito nenhum, jamais. Jamais, jamais. Nunca.”

UOL Noticias

 

Bandidos voltam a desafiar as autoridades e intensificam assaltos a coletivos

No sábado na BR-135, depois do posto da Rodoviária Federal em Pedrinhas,  bandidos assaltaram no sábado, um coletivo completamente lotado que se dirigia para o conjunto da Ribeira. Dois elementos que muitos antes haviam embarcado no coletivo, sacaram de armas e fizeram um verdadeiro inferno dentro do coletivo. Chegaram a bater na cobradora por tentar resistir em entregar o dinheiro que arrecadação do dia e o motorista que se manifestou contra a agressão da colega recebeu coronhadas.

Foi uma gritaria geral à tarde em plena rodovia, que levou aproximadamente uns 20 minutos e apesar do movimento de veículos no local, ninguém prestou a atenção para o fato. O resultado é que mesmo diante do considerável tempo que tiveram para a prática violenta, os dois bandidos não conseguiram levar os pertencentes de todos os passageiros.

Hoje pela manhã, por volta das seis horas, dois bandidos assaltaram em plena avenida Kennedy, um coletivo que serve o bairro do Quebra Pote, em sua primeira viagem do dia. A operação criminosa durou mais de 20 minutos e os dois bandidos “limparam” todos os passageiros, a cobradora e o motorista. Eles tinham preferência por celulares e dinheiro.

Depois de terem se dado por satisfeitos com o assalto, os elementos desceram do coletivo e foram embora tranquilamente andando com as armas na mão. Mais uma vez não apareceu ninguém para pelo menos dar o alarme.

As autoridades sabem muito bem, que bandido não faz isolamento social e que “trabalham” com produtividade e violência para ganhar respeito dentro do submundo do crime e da perdição. Necessário se torna que é que as autoridades policiais desenvolvam estratégias de ação para o enfrentamento à criminalidade. Todos sabem que bandido também tem seus observadores e sabem onde se posicionar para obter sucesso em suas empreitadas.

 

 

Policial Militar feminina faz graves acusações de assédio sexual no 3º BPM de Imperatriz

Recebi um vídeo em que uma pessoa que se identifica como Tatiane Alves Lima e policial militar lotada no 3º BPM de Imperatriz. No vídeo, ela faz graves acusações a oficiais da Polícia Militar, em que diz ter sido perseguida por se recusar aos assédios sexuais a que teria sido vítima, destacando constrangimentos e outras perseguições, que precisam ser investigadas pelo Comando Geral da Polícia Militar, Ministério Público e os órgãos de defesa dos direitos e da dignidade da mulher.

Apesar das revelações delas de nomes de militares, me reservo a não mencionar qualquer nome, levando-se em conta que são imputações feitas pela militar, não havendo o contraditório, além de que não existe formalização de qualquer providência adotada por Tatiane Alves Lima e se existe ela simplesmente se omitiu em revelar no vídeo.

Pelo que se tem informação, o sério e grave problema já é do conhecimento do coronel Pedro Ribeiro, Comandante Geral da Polícia Militar, que com absoluta certeza vai apurar os fatos.