Corrupção no Governo Lula: O mesmo jogo com novas peças audaciosas

No terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil volta a testemunhar uma sequência de escândalos que colocam em xeque as promessas de ética e transparência feitas durante a campanha. Denúncias que vão de fraudes bilionárias a suspeitas de manobras fiscais desenham um cenário que lembra os piores momentos da história recente do país — e sugerem que a corrupção não apenas persiste, como se tornou um traço estrutural da máquina pública.

O indiciamento do então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, expôs um conflito claro entre governabilidade e integridade administrativa. Acusado de usar recursos do orçamento secreto para beneficiar a própria irmã e de favorecer empresas ligadas ao seu grupo pessoal, o ministro foi mantido no cargo por Lula, que optou por preservar sua base de apoio no Congresso em vez de agir com rigor ético. A mensagem foi direta: alianças políticas seguem valendo mais que prestação de contas.

Como agravante, o desconforto político aumentou com a recusa de Pedro Lucas, do União Brasil, ao convite para assumir o Ministério das Comunicações. A negativa expôs o desgaste da relação entre o governo e setores do próprio partido, além de evidenciar o isolamento de Lula na tentativa de recompor sua base após o escândalo envolvendo Juscelino. A recusa pública, rara em um cenário político dominado por negociações de bastidor, foi vista como um recado claro: nem todos querem se associar a uma pasta marcada por suspeitas.

Outro episódio que acendeu o alerta foi o bloqueio de R$ 6 bilhões do programa Pé de Meia, voltado ao apoio a estudantes do ensino médio. O Tribunal de Contas da União apontou ausência de previsão orçamentária, e a medida reacendeu o fantasma das pedaladas fiscais — justamente a prática que levou ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Para economistas, o governo atual parece repetir estratégias já condenadas no passado, colocando em risco a credibilidade fiscal.

Em abril de 2025, uma fraude no INSS causou prejuízo de R$ 6,3 bilhões ao bolso dos aposentados, com descontos indevidos em aposentadorias. O escândalo culminou na demissão do presidente do instituto e escancarou as falhas crônicas nos sistemas de controle e fiscalização. A gravidade do caso gerou pressão no Congresso, que cogita a instalação de uma CPI para apurar responsabilidades. O que torna esse episódio ainda mais alarmante é a sua dimensão: trata-se do maior desvio de recursos públicos desde os escândalos da Lava Jato (petrolão). Uma fraude bilionária em cima de aposentados e pensionistas — justamente os mais vulneráveis. É um marco vergonhoso na história recente da administração pública brasileira.

Paralelamente, novas suspeitas de manobras contábeis estão sendo investigadas pelo TCU. A execução orçamentária pouco transparente e o uso de verbas sem autorização formal alimentam o temor de que o governo esteja reincorporando práticas fiscais irregulares. Técnicos do tribunal têm alertado que as pedaladas podem estar de volta ao modus operandi estatal, em uma tentativa de contornar limitações legais e manter promessas políticas.

A situação dos Correios também voltou ao noticiário. Com um rombo de R$ 400 milhões no plano de saúde dos funcionários e atendimento em colapso, a estatal revive fantasmas antigos — como o escândalo do mensalão, que teve origem justamente na empresa pública em 2005. A falta de solução para o problema atual revela não apenas má gestão, mas também negligência em relação a estruturas que continuam sendo usadas como moeda de barganha política.

De forma mais ampla, o saldo negativo nas contas das estatais federais chegou a R$ 707 milhões no primeiro bimestre de 2025, segundo dados oficiais do Tesouro Nacional. O número evidencia que, além dos escândalos específicos, há um rombo estrutural na gestão das empresas públicas, que seguem operando com baixa eficiência e alta vulnerabilidade política. Mais recentemente, o chamado “arroz gate” — a tentativa do governo de importar arroz por meio da Conab com suspeitas de favorecimento e contratos questionáveis — caiu mal até entre aliados. O episódio levantou dúvidas sobre a transparência nos processos de compras públicas e gerou mais desgaste num momento em que o governo tenta controlar os preços dos alimentos e conter a pressão popular por resultados.

Fora das fronteiras brasileiras, o episódio da concessão de asilo à ex-primeira-dama do Peru, condenada por corrupção, jogou luz sobre a política externa do governo Lula. O gesto foi visto por analistas como um recuo no compromisso do Brasil com o combate à corrupção na América Latina. O país, que chegou a liderar esse enfrentamento durante a Lava Jato, agora aparece mais conivente com práticas questionáveis de aliados regionais.

A percepção pública acompanha os fatos. Segundo pesquisa Datafolha de janeiro de 2025, 74% dos brasileiros acreditam que há corrupção no governo atual — o maior índice desde o início do mandato. Já o PoderData, em levantamento de fevereiro, mostrou que 63% da população considera que Lula está conduzindo mal o combate ao problema. A Transparência Internacional manteve o Brasil com nota 36/100 no Índice de Percepção da Corrupção de 2024, abaixo da média global, indicando estagnação. E nas redes sociais, o termo “corrupção no governo Lula” teve um aumento de 250% nas menções entre dezembro de 2024 e março de 2025.

Desde o mensalão, passando pelo petrolão, até os escândalos mais recentes, os governos do Partido dos Trabalhadores são constantemente associados à corrupção sistêmica. Lula insiste que as denúncias são reflexo da autonomia de órgãos de controle — mas a repetição dos casos enfraquece essa justificativa. A reincidência sugere que o problema é menos episódico e mais estrutural. A cultura de impunidade, a troca de favores políticos e o uso estratégico de cargos públicos continuam a ditar as regras do jogo.

O saldo é claro e brutal: a corrupção no INSS expõe uma ferida aberta. Um esquema bilionário que, sozinho, já figura como o maior roubo institucional desde a Lava Jato. O governo Lula não rompeu com os vícios do passado. E quando um Estado frauda aposentados, não há margem para discurso. Só indignação.

Carlos Arouck

Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.

 

Presidente da Câmara, Hugo Motta ficou possesso com STF: Ministro Cristiano Zanin, o trata como subordinado

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) teria deixado Hugo Motta extremamente irritado. Ele recebeu um ofício nesta quinta-feira (24), enviado pelo ministro Cristiano Zanin, delimitando quais os crimes que a Câmara pode analisar no caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Hugo Motta e seu círculo mais próximo consideram uma afronta do STF. Uma interferência na soberania da Câmara.

Um deputado ouvido pelo jornalista Octávio Guedes, da Globo, diz que Zanin tratou o presidente da Câmara como um subordinado. Ramagem virou réu por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

No ofício desta quinta, Zanin diz que a Câmara não poderia suspender todos os processos, apenas dois:  Dano qualificado (com violência, com grave ameaça, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima); e deterioração de patrimônio tombado.

Jornal da Cidade Online

Fraude bilionária no INSS chega a irmão de Lula – Frei Chico dirigente do Sindnapi denunciado pela CGU

Um dos sindicatos envolvidos no rombo bilionário no INSS tem um irmão de Lula como um de seus dirigentes. Trata-se do Sindnapi/FS (Sindicato Nacional dos Aposentados), alvo nesta quarta-feira (23), da operação Sem Desconto da Polícia Federal. José Ferreira da Silva, mais conhecido como Frei Chico, é vice-presidente da entidade e irmão de Lula.

O sindicato em referência está entre os suspensos pela CGU (Controladoria Geral da União) de forma administrativa e vai responder criminalmente pelas fraudes. Em 2024, o sindicato recebeu, aproximadamente, R$ 77,1 milhões em contribuições. A operação da PF investiga o desvio de contribuição sindical não autorizada de aposentados e pensionistas, com a utilização de falsificação de assinaturas de beneficiários entre outros crimes. No total, R$ 6,3 bilhões podem ter sido desviados ilegalmente por pelo menos 11 sindicatos.

Jornal da Cidade Online

Quando a Justiça apela à emoção: O perigoso argumento de Alexandre de Moraes

No julgamento ocorrido nesta segunda-feira (22), o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra os réus do chamado “núcleo 2” do 8 de janeiro, recorreu a uma comparação no mínimo preocupante: perguntou se aqueles que hoje pedem anistia para os envolvidos perdoariam invasores se os atos tivessem ocorrido dentro de suas casas. A fala, aparentemente retórica, escancara um grave desvio da função da Justiça: substituir o argumento jurídico pela emoção pessoal. A comparação é frágil e demagógica. Prédios públicos, por definição, pertencem à coletividade e são símbolos institucionais — não são propriedades privadas. O STF, o Congresso e o Palácio do Planalto não são “a casa” de ministros ou presidentes. Pertencem ao povo, que tem o direito de protestar, ocupar e sim, ser punido se exceder — desde que com o devido processo legal e dentro da proporcionalidade penal.

O uso reiterado de analogias emocionais por parte de um ministro da Suprema Corte revela um preocupante ativismo judicial, onde o julgamento se dá mais pelo clamor do momento do que pelos princípios do Estado de Direito. O que está em pauta no debate sobre anistia não é perdão cego, mas sim a aplicação equilibrada da lei, com respeito à individualização das condutas e sem transformar protesto — ainda que tumultuado — em crime político permanente. Não se combate excessos com mais excessos. O Judiciário não pode atuar como parte interessada, como vítima, nem como promotor da vingança institucional. O papel da Suprema Corte é garantir justiça, não alimentar polarizações com analogias que inflamam ainda mais a opinião pública.

Comparar um protesto, por mais desastroso que tenha sido, à invasão de uma casa particular, é apelar ao sentimentalismo em detrimento da razão jurídica. O que se espera dos ministros do STF não são frases de efeito, mas decisões fundamentadas, equilibradas e sintonizadas com os princípios constitucionais — inclusive o da imparcialidade. Se a Justiça passa a ser decidida por quem sente mais ofensa pessoal, então já não é mais Justiça: é emoção com toga.

César Wagner Maia Martins. Ex-superintendente da Polícia Civil do Ceará. Formado em Direito (Unifor) e especialista em Direito Processual Penal (Unifor).

 

“Governo Lula 3” bate mais um recorde negativo e quebra os seus anteriores na reprovação popular com 57,4%

O desgoverno segue firme quebrando os seus próprios recordes negativos. Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Paraná Pesquisas apontou que 57,4% dos brasileiros reprovam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse é o maior índice de desaprovação já registrado em sua trajetória como chefe do Executivo, somando os três mandatos. Os dados mostram ainda que 39,2% dos entrevistados aprovam a gestão, enquanto 3,4% não souberam ou preferiram não responder. 

A pesquisa também revela uma tendência de crescimento da insatisfação popular ao longo de 2025. Em janeiro, a reprovação era de 50,4%, sete pontos percentuais a menos. A aprovação, que era de 46,1% no mesmo período, caiu para os atuais 39,2%.

Em relação à avaliação da gestão:

  • 48% a consideram “ruim” ou “péssima”;
  • 26,6% dizem que é “ótima” ou “boa”;
  • 24,4% classificam como “regular”;
  • 1% não soube ou não opinou.

A sondagem foi realizada entre os dias 16 e 19 de abril de 2025, com 2.020 pessoas entrevistadas em 160 municípios das 27 unidades federativas do Brasil. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Jornal da Cidade Online

Deputado foi pessoalmente ao STF e diz como “é vergonhoso ver o STF fora de controle”

“É vergonhoso ver o STF fora de controle. Pela primeira vez, assisti presencialmente uma sessão do Supremo Tribunal Federal contra supostos golpistas e presenciei algo que me causou profunda tristeza: um tribunal fora de controle, sem respeito ao devido processo legal, agindo com cartas marcadas. Celulares lacrados, acesso aos autos negado, advogados ignorados, sentenças que já parecem escritas antes mesmo do julgamento começar.

Vi ministros que no passado denunciavam abusos, hoje os protagonizam. É vergonhoso que tantas instituições, inclusive o Parlamento e a imprensa, permaneçam em silêncio diante de tanto arbítrio. O STF não está acima da Constituição. Não podemos nos calar enquanto brasileiros são julgados sem crime, sem foro, sem direito a uma ampla defesa e ao devido contraditório. Não há liberdade onde não há justiça.”

Jornal da Cidade Online

 

Associações de travestis e transsexuais vão ao STF contra o CFM sobre mudança de gênero em menores de 18 anos

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat) acionaram o Supremo Tribunal Federal contra a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringe terapias e cirurgias de mudança de gênero em crianças e adolescentes. A ação direta de inconstitucionalidade foi distribuída ao ministro Cristiano Zanin. Entidades querem derrubar medida do CFM contra terapias e cirurgias de mudança de gênero em crianças e adolescentes

A Resolução 2.427/2025 do CFM, entre outros pontos, veda a prescrição de bloqueadores hormonais para crianças trans, a administração de hormônios sexuais para induzir características secundárias condizentes com a identidade de gênero de pacientes menores de 18 anos e aumenta para 21 anos a idade mínima para cirurgia de afirmação de gênero com efeito esterilizador.

Na ação, as entidades pedem que se retome a redação original da Resolução 2.265/2019, para que seja garantido o direito fundamental ao livre desenvolvimento da personalidade de crianças trans com o bloqueio hormonal da puberdade, a hormonização a partir dos 16 anos e a cirurgia de afirmação de gênero a partir dos 18 anos.

Seu argumento é de que as alterações restritivas não levam em consideração evidências científicas de que esses procedimentos trazem bem-estar psicológico-social para crianças e adolescentes trans. As entidades sustentam ainda que as mudanças violam os princípios da dignidade da pessoa humana, da proteção integral da criança e do direito fundamental à identidade de gênero autopercebida.

 Com informações da assessoria de imprensa do STF.

 

Gasto Brasil – Gastômetro: Ferramenta de monitoramento de gastos públicos foi lançada em São Paulo

Iniciativa da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil será lançada na Associação Comercial de São Paulo. Nesta quarta-feira (23), a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) lançam oficialmente o Gasto Brasil, uma nova ferramenta para acompanhamento, em tempo real, dos gastos públicos nas esferas federal, estadual e municipal. O evento será realizado às 14h, no histórico Pateo do Collegio, localizado no centro da capital paulista.

O Gasto Brasil funcionará por meio de um painel eletrônico de LED instalado na fachada do edifício da ACSP, que exibirá os valores atualizados dos gastos do governo. A proposta é dar mais transparência à aplicação dos recursos públicos e estimular a conscientização da sociedade sobre o impacto desses valores no cotidiano dos brasileiros.

A iniciativa segue os passos do já conhecido Impostômetro, lançado há 20 anos pela ACSP durante a gestão de Afif Domingos, com Cotait como vice-presidente. O Impostômetro mostra, em tempo real, a arrecadação de impostos feita pelos governos federal, estaduais e municipais. Agora, com o Gasto Brasil, será possível a população comparar os montantes arrecadados com os gastos realizados.

BRASIL 61

Câmara poderá suspender processo penal em curso no STF contra o deputado Alexandre Ramagem

O recurso proposto pelo Partido Liberal (PL) para suspender processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), já tem definido o seu relator na Câmara dos Deputados. O deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), é o escolhido. O requerimento está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e precisa ser aprovado no colegiado antes de seguir ao plenário.

O entendimento do PL é que, se a ação for suspensa, os demais réus da mesma denúncia também poderão ser beneficiados, incluindo Bolsonaro. Para pedir a suspensão, os advogados do partido citam o artigo 53 da Constituição, que trata da imunidade. O texto prevê que assim que a denúncia contra um parlamentar for recebida, o Supremo deverá avisar ao Legislativo, que decidirá sobre o andamento da ação ou a sustação dela.

Jornal da Cidade Online

PF nas ruas em 13 Estados e o DF com 211 mandados de desvios de R$ 6,3 bilhões de beneficiários do INSS

Investigação com a CGU gerou megaoperação para prender e afastar servidores e bloquear mais de R$ 1 bilhão em bens. Um esquema nacional com entidades que descontaram R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS desde 2019 levou às ruas de 13 estados e do Distrito Federal quase 800 agentes da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), nesta quarta (23). A Operação Sem Desconto foi deflagrada para prender e afastar seis servidores suspeitos, sequestrar R$ 1 bilhão em bens e cumprir 211 mandados de busca e apreensão.

A megaoperação combate seis tipos de crimes cometidos por entidades que faziam descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões de brasileiros. E ocorre no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.

“As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até o momento, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024”, detalharam a PF e a CGU.

Os alvos da Operação Sem Desconto podem responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

Diário do Poder