Pesquisa Exame/Gerp é terrível para Lula com sinal de derrota em todos os cenários para a reeleição

Um levantamento divulgado pela revista Exame neste sábado (30) trouxe más notícias para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pesquisa, realizada pelo instituto Gerp, aponta que o petista seria derrotado em praticamente todos os cenários testados para a eleição presidencial de 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno. O resultado foi recebido como um sinal de alerta dentro do Planalto e abalou o projeto de reeleição do petista.

O estudo vem em um momento de forte crise política e econômica. O governo enfrenta desgaste no Congresso, perda de apoio no Centrão, pressões da CPMI do INSS e denúncias sobre irregularidades bilionárias na Previdência. No campo internacional, o Brasil está em atrito com os Estados Unidos após Donald Trump impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Além disso, a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, ampliou o isolamento do país.

A percepção negativa também cresce fora do Brasil. Veículos de imprensa internacionais passaram a retratar Lula como um governante dependente do Judiciário para se manter no poder, reforçando a narrativa de que o país vive sob uma “ditadura do STF”. Jornais estrangeiros descrevem o presidente como enfraquecido, autoritário e sem base popular sólida.

No plano econômico, a situação é igualmente delicada. Apesar de dados oficiais divulgados pelo IBGE, criticados por suposta manipulação, a população sente o peso da inflação no custo de vida, do dólar acima de R$ 5,40 e da alta contínua dos juros. O aumento da carga tributária e dos preços da energia elétrica acentua a insatisfação.

Veja os resultados de um possível segundo turno, onde Lula perde em quase todos os confrontos diretos:

  • Bolsonaro 49% x 38% Lula
  • Michelle Bolsonaro 48% x 37% Lula
  • Tarcísio de Freitas 46% x 37% Lula
  • Eduardo Bolsonaro 43% x 39% Lula
  • Ciro Gomes 38% x 34% Lula
  • Ratinho Jr. 40% x 36% Lula
  • Romeu Zema 36% x 39% Lula
  • Ronaldo Caiado 36% x 38% Lula
  • Pablo Marçal 35% x 38% Lula

A maior diferença se dá em uma reedição do embate de 2022, quando Bolsonaro venceria Lula por 49% a 38%. Já contra Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, o petista também seria derrotado com margem significativa. O levantamento foi feito entre os dias 22 e 27 de agosto de 2025, por meio de entrevistas telefônicas assistidas por computador (CATI), com 2.000 eleitores em todo o Brasil. A margem de erro é de 2,24 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95,55%.

Jornal da Cidade Online

Surgem as primeiras ‘bombas’ contra Lula na CPMI da Roubalheira no INSS

A oposição não está dando trégua para o governo Lula na CPMI do INSS, que investiga a fraude bilionária contra milhões de aposentados. E as primeiras ‘bombas’ já foram reveladas, como apontam os deputados Mauricio Marcon (PODE-RS) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO), em entrevista exclusiva ao Jornal da Cidade Online. 

“Nossos velhinhos e velhinhas estão sendo roubados há anos! A defensoria pública da União apresentou diversos dados, e alguns nos chamaram atenção. Segundo ela, foi em 2019 que teve o maior número de descontos, mas isso não é verdade, foi em 2024 que mais roubaram o país, quatro vezes mais do que em 2022”, ressaltou Chrisóstomo, apresentando o gráfico com os números. 

Já o deputado federal Mauricio Marcon falou sobre a Medida Provisória editada pelo governo Bolsonaro em 2019, onde o então presidente Bolsonaro basicamente terminava com os descontos irregulares.  “Mas agentes petistas, deputados petistas ligados à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) fizeram emendas e desidrataram o projeto”, ressaltou. 

O governo, acuado, promoveu sete trocas na composição da comissão para tentar conter o desgaste, mas a oposição, que já mobilizou 324 requerimentos, promete manter a ofensiva e promete maiores avanços. O sentimento da maioria dos parlamentares integrantes da CMPI, que é preciso dar um basta nas roubalheiras do PT no Brasil e necessário se torna a restauração da moralidade pública.

Jornal da Cidade Online

 

Relator da CPMI denunciou há um ano que PCC controlava postos de combustíveis

Atual relator da CPMI que investiga a roubalheira a aposentados do INSS, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) denunciou à Polícia Federal e às polícias Civil e Militar de Alagoas os “fortes indícios” de que a facção criminosa PCC atuaria em postos de combustíveis no Estado. Um ano depois, a operação do Ministério Público de São Paulo e Polícia Federal confirmou o esquema criminoso que já movimenta bilhões em mais de mil postos de combustíveis em diversos Estados.

Faltou atenção

“Na época, muitos não deram importância, mas agora vemos que o crime organizado realmente avançou nesse setor”, lembra o deputado.

Motivos de sobra

Gaspar propôs a CPI do Crime Organizado, que aguarda apenas a instalação, mas depende do presidente da Câmara, Hugo Motta.

Facção é máfia

“É urgente que a CPI seja instalada e o Brasil trate com seriedade o combate a máfias”, defende Alfredo Gaspar, promotor de Justiça.

Antimáfia

Gaspar defende também projeto de sua autoria que cria ferramentas para autoridades combaterem crimes transnacionais. Está no Senado.

Coluna de Claudio Humberto

STF formou maioria contra penhora de Fundo Eleitoral e Fundo Partidário durante campanhas

O Plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (29/8), para confirmar a liminar do ministro Gilmar Mendes que barrou a penhora de valores do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (conhecido como Fundo Eleitoral) durante as campanhas eleitorais. A questão voltou à pauta na sessão virtual iniciada na última sexta (22/8), depois de ter sido suspensa em março por pedido de vista da ministra Cármen Lúcia. Antes disso, apenas Gilmar havia se manifestado pela manutenção da liminar. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) acionou o STF porque o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou o bloqueio de 13% dos repasses feitos pela legenda para o seu diretório estadual via Fundo Eleitoral. A decisão do decano do STF suspendeu a ordem do TJ-SP. O magistrado ainda mandou comunicar os presidentes de todos os TJs e Tribunais Regionais Federais do país para que seguissem esse posicionamento.

Ao conceder a liminar, em setembro do ano passado, Gilmar considerou que o bloqueio de verbas dos fundos poderia prejudicar a neutralidade das eleições. Certas candidaturas, disse o ministro, ficariam impedidas de fazer propagandas eleitorais na internet e até o deslocamento de alguns candidatos seria inviabilizado.

O relator lembrou que as destinações dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral estão previstas em leis. Há também mecanismos rigorosos de controle de seu uso, como prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. O Fundo Eleitoral, por exemplo, só deve ser usado para custear campanhas eleitorais, e o valor não utilizado é devolvido à União. Até o momento, Gilmar foi acompanhado por Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Edson Fachin e Cristiano Zanin.

Fonte: CONJUR

Lula quer pagar alto preço para blindar o irmão na CPMI, mas será surpreendido por uma estratégia infalível

O governo federal prepara a liberação de emendas parlamentares para manter sua base de apoio atuante na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A estratégia visa garantir que aliados permaneçam engajados na defesa dos inconfessáveis interesses governamentais durante os trabalhos da comissão. Imagina o PT que conseguiu uma vitória parcial nas etapas iniciais da CPMI ao barrar a convocação de Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos e irmão de Lula. Enganam-se os petistas. Frei Chico não foi convocado por mera estratégia do relator, deputado Alfredo Gaspar. Experiente em investigação, oriundo do Ministério Público, o parlamentar não quer fazer da convocação de Frei Chico instrumento de disputa política.

A CPMI vai seguir o caminho do dinheiro e sabe que fatalmente a investigação vai acabar chegando no irmão de Lula. Assim, sua convocação será por uma necessidade das investigações e com muito mais material para que ele seja efetivamente emparedado. Em contrapartida, o Palácio do Planalto demonstra disposição para investir recursos na manutenção do grupo de congressistas alinhados que atuam na defesa dos interesses do Executivo. Fontes parlamentares denominam este grupo como “tropa de choque”.

A mobilização governamental busca minimizar desgastes políticos durante as investigações. O governo estabeleceu um sistema de presença constante de seus defensores nas sessões da comissão, criando um regime de plantão para seus aliados parlamentares. As emendas parlamentares funcionam como principal instrumento de articulação política neste contexto. O governo utiliza os recursos disponíveis para assegurar a proteção de seus interesses na CPMI do INSS.

Jornal da Cidade Online

Governo Lula pela AGU contrata escritório onde Barroso trabalhou para defender Alexandre de Moraes nos EUA

A AGU contratou o escritório de advocacia Arnold & Porter Kaye Scholer LLP para atuar nos Estados Unidos na tentativa de reverter sanções impostas pelo governo Trump. O escritório de Washington já teve em seu quadro de profissionais o brasileiro Luís Roberto Barroso, que trabalhou na firma na década de 1980. A informação foi revelada neste sábado (30). Durante uma palestra na sede do escritório em Washington, em 2016, quando ainda podia viajar para os EUA, Barroso mencionou sua passagem pela firma americana.

“Fui um foreign associate aqui no Arnold & Porter no distante ano de 1989, logo após haver concluído meu LL.M em Yale, e ter trabalhado aqui foi uma experiência que marcou a minha vida positivamente. De volta ao Brasil eu me dediquei simultaneamente à vida acadêmica e à advocacia, como é comum no meu país. Ao longo dos anos, meu escritório trabalhou em conjunto com o Arnold & Porter em alguns casos e eu mesmo assinei affidavits e atuei como expert witness em questões de direito brasileiro em litígios aqui”, declarou Barroso na ocasião.

A contratação do Arnold & Porter ocorre em contexto de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro busca estratégias jurídicas para enfrentar as sanções impostas pela administração americana.

Jornal da Cidade Online

Morre Luís Fernando Veríssimo, o mestre da crônica e do humor

O escritor e cronista Luís Fernando Verissimo faleceu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Ele estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento para tratar uma pneumonia. Em comunicado, a instituição confirmou que a causa do falecimento foi decorrente de complicações da doença. Além do quadro infeccioso, Verissimo enfrentava há anos outras limitações de saúde: utilizava marca-passo desde 2016, enfrentou um câncer ósseo em 2020, sofreu um AVC em 2021 — o que o levou a abandonar a escrita — e convivia com a doença de Parkinson.

Filho do também escritor Érico Verissimo, Luís Fernando se consagrou como um dos autores mais lidos e respeitados da literatura brasileira contemporânea. Ao longo de sua trajetória, publicou mais de 70 obras, com vendas que ultrapassaram 5,6 milhões de exemplares. Seu estilo, marcado pelo humor refinado e pela habilidade de transformar o cotidiano em reflexões inteligentes e divertidas, conquistou gerações de leitores.

A carreira de Verissimo começou no jornalismo, em 1966, como revisor do jornal Zero Hora, em Porto Alegre. Seu primeiro livro, O Popular, foi lançado em 1973. Ele também se destacou como colunista em veículos de grande circulação, como O Estado de São Paulo, O Globo e Zero Hora, consolidando-se como uma das vozes mais influentes da crônica brasileira.

O Hospital Moinhos de Vento ressaltou em nota que Verissimo deixa um legado cultural imensurável, sendo lembrado por sua vasta produção literária e pelo impacto que suas crônicas, contos e romances tiveram na vida de milhões de brasileiros.

Jornal da Cidade Online

 

Vaza Toga expõe fraudes de assessores de Alexandre de Moraes em documentos, censuras e bloqueios

Documentos e mensagens obtidos pela investigação Vaza Toga mostram como assessores do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) elaboraram documentos, censuraram veículos de comunicação e bloquearam plataformas digitais. O material divulgado expõe um sistema de operações que misturava funções de investigação, acusação e julgamento sob a autoridade do ministro.

Os registros revelam ordens transmitidas via WhatsApp, relatórios elaborados sob demanda e decisões tomadas fora dos procedimentos legais estabelecidos. A investigação documenta como servidores dos principais tribunais brasileiros participaram de uma estrutura não oficial concentrada sob a autoridade de Moraes. O juiz Airton Vieira, assessor de Moraes no STF, enviou instruções ao então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE, Eduardo Tagliaferro, solicitando a elaboração de um relatório sobre a revista Oeste em dezembro de 2022.

“Vamos levantar todas essas revistas golpistas para desmonetizar as redes”, ordenou Vieira, incluindo um link de uma publicação da Oeste na plataforma X. Quando Tagliaferro respondeu que a revista publicava apenas conteúdo jornalístico, questionando “Não estão falando nada, o que vamos colocar?”, Vieira insistiu: “Use sua criatividade” e acrescentou: “Pegue uma ou outra fala, opinião mais ácida. O ministro entendeu que está extrapolando com base naquilo que enviou.”

Como resultado, a revista Oeste teve sua monetização suspensa no YouTube por mais de um ano, ficando impedida de receber recursos de publicidade na plataforma. Da mesma forma, o Jornal da Cidade Online também foi desmonetizado. A investigação também revelou tentativas de bloquear a rede social Gettr. Vieira instruiu Tagliaferro a providenciar o bloqueio da plataforma, compartilhando o link de uma publicação do jornalista Allan dos Santos.

“Vamos ter de fazer igual ao Telegram e derrubar geral”, afirmou Tagliaferro na conversa. Vieira orientou que o pedido fosse anexado à Petição 9.935, que já tramitava no STF sob relatoria de Moraes e tratava de medidas contra o Telegram, com base no Marco Civil da Internet. Moraes havia determinado a suspensão do Telegram em todo o Brasil em março de 2022, alegando descumprimento de decisões judiciais. A medida foi posteriormente revogada quando a plataforma aceitou cumprir as exigências impostas pelo magistrado.

O STF implementou um sistema classificatório para determinar o destino de brasileiros detidos após os eventos de 8 de janeiro em Brasília. O gabinete de Moraes criou documentos denominados “certidões positivas” e “certidões negativas”, que funcionavam como carimbos de “culpado” ou “inocente” durante as audiências de custódia. Manifestantes com certidão negativa tinham alguma possibilidade de libertação, pois o relatório indicava ausência de elementos que os vinculassem a “atos antidemocráticos”. Em contrapartida, a certidão positiva praticamente garantia a manutenção da prisão, bastando que o cidadão tivesse publicado críticas ao presidente Lula ou ao STF, ou compartilhado conteúdo favorável a Bolsonaro.

A investigação identificou 42 manifestantes classificados como “positivos” e 277 como “negativos”. Nenhum dos que receberam certidão positiva foi libertado, enquanto entre os considerados “negativos”, 70% permaneceram detidos, apesar da classificação mais branda. O caminhoneiro Claudiomiro da Rosa Soares, de 51 anos, recebeu certidão positiva por compartilhar memes sobre o presidente Lula. Na justificativa para classificá-lo como perigoso, o documento registrou: “Perfil no Facebook com postagens antidemocráticas e que revelam inconformismo com os resultados das eleições de 2022”.

O vendedor ambulante Ademir Domingos da Silva, 55 anos, teve sua certidão positiva fundamentada em publicações de 2018, com críticas ao PT e ao Supremo. Outro caso similar envolveu Ademir da Silva, 40 anos, enquadrado por tuítes de 2018, utilizados como evidência de “periculosidade política”. Já Adenilson Demétrio de Cordova, 43 anos, recebeu condenação baseada exclusivamente em postagens em redes sociais, sem comprovação material de crime concreto. “A emissão dessas ‘certidões’ como pseudolegalização de prisões preventivas é abuso de autoridade”, afirma a advogada constitucionalista Vera Chemim, explicando que o artigo 312 do Código de Processo Penal estabelece hipóteses específicas para a prisão preventiva: garantir a ordem pública ou econômica, assegurar a instrução criminal ou a aplicação da lei penal.

O advogado constitucionalista André Marsiglia critica: “O uso do STF e do TSE pelo ministro Alexandre de Moraes é ilegal. Os tribunais não têm, nem administrativa, nem judicialmente, o direito de compartilhar funcionários ou informações. Cada investigação é sigilosa e independente. Esse tipo de compartilhamento vai contra o interesse público. O que se viu foi a união de órgãos de Estado contra cidadãos e contra a imprensa, o que gera uma desproporção que fere o princípio da igualdade constitucional.”

Especialistas comparam o mecanismo de certidões às práticas adotadas pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante o Estado Novo e o regime militar no Brasil. Naqueles períodos, uma certidão negativa funcionava como um atestado de idoneidade política, documento essencial para obtenção de passaporte ou para assumir cargos públicos. A certidão positiva marcava o indivíduo como suspeito, mesmo sem processo formal. A simples menção em um relatório de vigilância era suficiente para que a pessoa carregasse o estigma de inimigo do regime.

A advogada constitucionalista Vera Chemim analisa: “Publicações em redes sociais ou críticas a autoridades não se enquadram nessas hipóteses. Pelo contrário, são manifestações protegidas pela liberdade de expressão, inclusive sátiras e memes. Prender por isso é ilegal e configura crime de abuso de autoridade.” Essas ações têm sido justificadas com base na defesa da democracia, argumento que tem legitimado diversas medidas como a censura de jornalistas, o bloqueio de redes sociais, a manipulação de relatórios e a prisão de cidadãos sem provas concretas. O sistema estaria classificando opositores como “terroristas” ou “antidemocráticos”, segundo análises de especialistas em direito constitucional.

A Folha de São Paulo divulgou parte dessas informações por meio de reportagens assinadas pelos jornalistas Glenn Greenwald e Fábio Serapião. Embora alguns veículos tenham repercutido inicialmente o caso, o assunto rapidamente desapareceu das manchetes principais.

O advogado criminalista Gauthama Fornaciari observa: “Há violações claras à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”. Ao comentar as ações judiciais em curso, ele acrescenta: “A Constituição proíbe a censura prévia e garante a manifestação do pensamento, vedado apenas o anonimato. O artigo 220 assegura a livre manifestação dos meios de comunicação. No caso das redes sociais, trata-se de mera plataforma: a responsabilidade é pessoal do usuário. Não cabe censura prévia, muito menos filtragem subjetiva feita por assessores ou juízes. O Judiciário está extrapolando suas funções em nome da defesa da democracia, quando, na verdade, viola direitos fundamentais.”

O ex-presidente Jair Bolsonaro começará a ser julgado em 2 de setembro de 2025, em um processo que apresenta características semelhantes às reveladas pela operação Vaza Toga. Documentos obtidos indicam que o processo contra Bolsonaro apresenta elementos como relatórios informais e investigações questionadas por juristas quanto à sua base legal. A defesa do ex-presidente argumenta que as acusações seguem um padrão de generalização semelhante ao observado em outros casos recentes envolvendo o STF. O caso tem como origem o Inquérito das fake news, instaurado em 2019 pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, e designado ao ministro Alexandre de Moraes sem o procedimento de sorteio.

Este inquérito tem sido questionado por juristas por não possuir objeto claramente definido, prazo determinado para conclusão ou limites precisos de alcance. A partir dele, surgiram desdobramentos que incluem a produção de relatórios sob demanda, restrições a veículos de comunicação, bloqueios de plataformas digitais como Telegram e Gettr, além de medidas contra jornalistas e parlamentares. O saudoso jornalista J. R. Guzzo, caracterizou a situação atual do Brasil como estando “sob a sombra de uma árvore envenenada”, referindo-se ao conjunto de procedimentos que teriam origem no inquérito de 2019 e seus desdobramentos posteriores.

Documentos revelados pela operação Vaza Toga mostram a existência de um gabinete paralelo que teria atuado em diversas frentes, incluindo a elaboração de relatórios que fundamentaram decisões judiciais. Estes documentos indicam que o gabinete teria participado de ações que resultaram em prisões de manifestantes e no bloqueio de plataformas digitais.

Jornal da Cidade Online

Gasto público beira R$ 3,5 trilhões em 2025

Ferramenta Gasto Brasil já mostra gastos acima de R$ 3,4 trilhões no ano; entidades empresariais defendem uso para transparência e cobrança de resultados, enquanto a IFI alerta para riscos de ajuste fiscal “ilusório”.

O gasto público federal já ultrapassou R$ 3,4 trilhões em 2025, segundo a plataforma Gasto Brasil, ferramenta criada pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). O painel reúne dados de todas as esferas do governo, Banco Central e estatais, permitindo acompanhar em tempo real a evolução das despesas. Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio de Passo Fundo (ACISA), Evandro Silva, a iniciativa tem potencial para transformar informação em cobrança social.

“O Gasto Brasil traz informações valiosas porque reforçam a transparência e aumentam a capacidade de influência do setor produtivo. Se soubermos o custo que está sendo gerado, podemos levar essa informação para a sociedade, que também passa a ter consciência desse gasto público e, aí sim, cobrar resultados”, afirmou.

Segundo ele, o acesso em tempo real amplia o papel fiscalizador da sociedade: “Não apenas as associações comerciais, mas também as empresas e os cidadãos podem cobrar do poder público a diminuição, o ajuste e o direcionamento correto dos gastos.” Em Passo Fundo, a ACISA já estuda instalar um painel na fachada da entidade para exibir os números do Gasto Brasil e mobilizar empresários e população.

Qualidade do gasto em foco

Autor da proposta que deu origem à plataforma, o consultor Cláudio Queiroz, da CACB e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reforça que o desafio vai além da arrecadação. “É uma ferramenta que ajuda a entender melhor onde e quanto, o governo está gastando, e se esses gastos fazem sentido do ponto de vista da eficiência e do retorno à sociedade. As novas funcionalidades deixam claro que o problema não está só na receita, mas na má alocação dos recursos. Gastamos muito e, muitas vezes, mal”, afirma. A ferramenta está em evolução e deve trazer análises sobre a qualidade do gasto, permitindo verificar se o uso dos recursos gera benefícios compatíveis para a sociedade.

O alerta técnico da IFI

O lançamento da plataforma coincide com um debate intenso sobre as contas públicas. No último relatório, a Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, destacou que a agenda fiscal do governo segue cercada de incertezas. Para os diretores da IFI, Marcus Pestana e Alexandre Andrade, mudanças como as previstas na PEC 66/2023 (que trata de precatórios e requisições de pequeno valor) e o aumento de tributos, como o IOF, podem ampliar a margem de manobra no curto prazo, mas não resolvem o problema estrutural.

“Na vida real, qualquer despesa é despesa efetiva, independentemente de sua natureza. O que importa é seu impacto no resultado primário e na dinâmica da dívida pública”, pontuaram no relatório de agosto. Eles alertam para o risco de um “alívio ilusório” no ajuste fiscal, caso medidas de médio e longo prazo continuem sendo adiadas.

Fiscalização compartilhada

Com gasto público já trilionário em 2025, a expectativa é de que ferramentas como o Gasto Brasil ajudem a aproximar os cidadãos do debate fiscal. Para Evandro Silva, cabe às entidades atuar como mediadoras nesse processo: “A entidade é um articulador, o meio de levar a informação até as empresas e à sociedade sobre os gastos que o setor público está tendo”, resume.

BRASIL 61

Senado aprova lei que proíbe fiança nos casos de pedofilia

Medida visa endurecer a legislação contra exploração sexual de crianças e adolescentes. O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27), o Projeto de Lei nº 5.490/2023, que torna inafiançáveis os crimes relacionados à pedofilia. A proposta, de autoria do senador Carlos Viana (Podemos-MG) e relatada por Márcio Bittar (PL-AC), altera o Código de Processo Penal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, ampliando a lista de crimes considerados inafiançáveis. A votação ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em caráter terminativo, ou seja, sem necessidade de apreciação pelo plenário da Casa.  Caso não haja recurso para o plenário, o projeto seguirá diretamente para análise da Câmara dos Deputados.  

A proposta visa reforçar o combate à exploração sexual infantil, estabelecendo que indivíduos acusados de crimes de pedofilia não poderão obter fiança. O senador Márcio Bittar destacou que a medida busca endurecer a legislação contra abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes. Se aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado pelo presidente da República, o projeto entrará em vigor, tornando mais rigorosa a punição para crimes de pedofilia no Brasil.

Diário do Poder