O governador Flavio Dino nos três primeiros anos do seu mandato poderia ter articulado um forte grupo politico para a consolidação da sua reeleição, mas não soube olhar e tratar dentro do contexto, os políticos de todas as esferas e muito mais com os chamados parceiros, principalmente os da sua base de sustentação.
O dirigente estadual está encontrando dificuldades para arregimentar um número considerável de partidos que possam lhe garantir um bom tempo de rádio e televisão na campanha politica, em razão de não ter criado e consolidado um grupo politico com a união de forças e participação politica na gestão da sua administração.
Com a mudança na direção do PSDB, em que o vice-governador Carlos Brandão perdeu o controle do partido para o senador Roberto Rocha, o governador poderia ter se movimentado muito antes para trazer outras siglas para fortalecer a sua base, mas como é visto com muita desconfiança não tem muito trânsito nas mais diversas correntes.
O recente episódio em que o deputado federal Pedro Fernandes, da sua base politica chegou a ser indicado pelo PTB para o Ministério do Trabalho e depois o próprio parlamentar, publicamente imputou ao ex-presidente José Sarney, o veto ao seu nome, desagradou a direção nacional do PTB e acentuou ainda mais quando ele renunciou a vice-liderança da maioria no parlamento federal, o que sinaliza mudanças na direção estadual do partido.
Flavio Dino, que já havia confirmado publicamente o nome do vice-governador Carlos Brandão, como companheiro de chapa na reeleição, não demorou muito para que os nomes dos secretários de Estado, Felipe Camarão e Neto Evangelista, surgissem como candidatos a vice do governador. O vazamento das informações motivou interesses de outros partidos, mas o nome de Felipe Camarão circula com maior intensidade, mas como as negociatas politicas estão apenas começando, não se sabe o que será amanhã.
O vice-governador Carlos Brandão, que praticamente não teve espaços no governo, sempre preterido por Flavio Dino e muito mais pelo Márcio Jerry, com os esforços próprios manteve a sua base politica e diante das mudanças de situação, não terá maiores dificuldades para trabalhar o seu retorno a Câmara Federal. Caso seja esse o caminho a ser seguido por Carlos Brandão, o secretário Márcio Jerry sofrerá uma enorme baixa em sua campanha para deputado federal, principalmente em Colinas e municípios próximos. Em Colinas, a prefeita Valmira Miranda é da base dos Brandão.
Com a exceção da candidatura ao senado de Wewerton Rocha, os demais postulantes que integram a base da situação ainda não receberam o sinal verde de apoio do governador, o que com certeza vai gerar dissidências sérias e prejuízos políticos.
Atualmente o governador corre atrás do DEM e quanto ao PT, nos bastidores se informa que a definição sobre apoio ficará por conta da executiva nacional, mas na base ela está bastante dividida e uma ala prega candidatura própria, sem esquecermos que Lula, diz publicamente reconhece ao apoio do ex-presidente José Sarney ao seu governo e como o PT vem costurando coligações com o PMDB em alguns Estados, quem sabe se no Maranhão ela poderá vingar? Mas como na politica o que é verdade em um dia e no seguinte é mentira. Tudo ainda permanece no campo da articulação.