Maioria das vítimas são crianças brancas e do sexo feminino, segundo SDH.
Relatório divulgado nesta quinta reúne bases de dados de vários órgãos.
Mateus Rodrigues Do G1 DF
O secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, durante apresentação dos dados sobre tráfico de pessoas no Brasil (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
O número de denúncias de casos de tráfico de pessoas cresceu 865% entre 2011 e 2013, segundo relatório do Ministério da Justiça. O dado passou de 32 casos recebidos pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) em 2011 para 170 no ano seguinte e para 309 em 2013.
| TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL | |
| ANO | DENÚNCIAS |
| 2011 | 32 |
| 2012 | 170 |
| 2013 | 309 |
| Fonte: Ministério da Justiça | |
Os números constam no Relatório Nacional de Tráfico de Pessoas, divulgado nesta quinta (30) pelo governo federal. A data marca o dia mundial de enfrentamento ao crime. Segundo os dados do Disque 100, serviço de denúncias da SDH, a maior parte das vítimas tem idade entre 0 e 17 anos, pele branca e sexo feminino.
Em 2013, 91,5% das vítimas com idade informada eram crianças e adolescentes; 73,3% dos casos com sexo informado eram mulheres, e 57,5% dos casos com descrição de cor/raça se referiam a vítimas brancas.
A tendência de crescimento também foi registrada pelo Ligue 180, gerenciado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). O volume de denúncias recebidas por este canal passou de 35 em 2011 para 340 em 2013.
Desse total, 64,7% (220 pessoas) relatavam tráfico internacional ou interno para exploração sexual, e 34,11% (116), tráfico internacional ou interno para exploração do trabalho. Em 2013, o serviço também registrou três denúncias de tráfico para remoção de órgãos e uma de tráfico interno para adoção.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo está empenhado em combater o tráfico de pessoas. “Todos os crimes nos trazem mal, mas poucos me trazem profunda ojeriza. O tráfico de pessoas é um deles. No século 21, imaginar que pessoas assumam condição de mercadoria é algo que nos traz dor e constrangimento.”
Dados variados
O estudo também apresenta informações coletadas na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), na Defensoria Pública da União (DPU), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na Divisão de Assistência Consular do Itamaraty (DAC/MRE), entre outros. Segundo o Ministério da Justiça, os dados não podem ser agregados porque não há como identificar “denúncias repetidas”.
