A perícia criminal do acidente registrado na loja Mix Mateus, da Rede do Grupo Mateus, revelou fatos importantes que devem complicar a direção do estabelecimento e proporcionar o indiciamento de inúmeras pessoas. O mais grave em tudo que está sendo apurado tecnicamente, está na alteração do local do acidente com intuito de omitir maiores responsabilidades.
A contratação de montador de móveis para fazer serviço técnico de alta responsabilidade, foi uma demonstração plena de que o Grupo Mateus, não avaliou devidamente o risco em que colocou a vida de centenas de clientes. A observação foi feita pela promotora de justiça Lítia Cavalcanti, titular da Promotoria Especializada do Consumidor.
A perícia elaborada pelo Instituto de Perícia Criminal da Secretaria de Segurança Pública e encaminhada a Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa, destaca com detalhes, que o acidente foi causado pela falta de cuidados e de gerenciamento técnico de uma empresa de alto porte e que deveria ter um mínimo de zelo pela vida dos seus clientes. Fazer o transporte de uma estrutura metálica de um local para outro, apenas empurrando, causou folgas em todo o conjunto e destruiu o alinhamento, que com a colocação de toneladas de mercadorias, o que aconteceu foi apenas questão de dias.
Diante dos fatos, o Grupo Mateus dificilmente escapará de uma punição severa, inclusive com a responsabilização civil e criminal pela morte da empregada Eliane de Oliveira Rodrigues e de outros que sofreram lesões corporais e poderá perfeitamente pagar uma multa elevada por danos morais coletivos, com ação já prevista pelo Ministério Público.
Desrespeito e abandono das vítimas
As famílias das vítimas do acidente, inclusive da vítima fatal Eliane Oliveira Rodrigues, estão indignados com o tratamento dado a eles, abandonando-os sob o argumento de que aguarda um laudo técnico para que o seguro da empresa faça a devida reparação. Tem gente enfrentando dificuldades e que esperavam um tratamento digno para pelo menos subsistir nesse período da questão da indenização, mas simplesmente foram ignorados.
É bem conhecida a prática da empresa que recebe grandes incentivos do Governo do Maranhão e com privilégios à frente de outros estabelecimentos pelos favorecimentos, mesmo assim explora consumidores e quem não estiver atento pode ser furtado nos caixas, não pelos empregados, mas pelo sistema de automação. Os preços das gondolas são muitas vezes bem maiores em relação aos que estão no sistema. Já fui furtado em dezenas de vezes, e tive recorrer a reparação imediata e respeito ao consumidor. O interessante é que as variações sempre elevam os preços, o que dá para desconfiar. É uma questão bem vergonhosa para uma empresa que opera na bolsa de valores e que o seu sócio majoritário é detentor de uma fortuna de R$ 20 bilhões. Vamos acompanhar de perto todo o desdobramento do inquérito e posteriormente o processo na justiça.