Mais de 200 conflitos agrários serão debatidos entre a Ouvidoria Agraria Nacional do INCRA, CPT e FETAEMA

         Aldir

Continuam crescendo no Maranhão, os conflitos agrários e naturalmente a violência sempre utilizada por grileiros, latifundiários, políticos e empresários do agronegócio. Segmentosda classe politica surgem dentro do contexto como os mais interessados, levando-se em conta que os envolvidos geralmente patrocinam campanhas politicas e dão outros apoios considerados importantes. Em troca eles cobram a fatura e fazem exigências, o que acaba gerando conflitos e confrontos. Recentemente bispos da Igreja Católica do Maranhão, estiveram no Palácio dos Leões a convite do governador Flavio Dino para pedir apoio às ações do Mais IDH, quando teve oportunidade de ouvir dos religiosos uma série de problemas muitos sérios no meio rural, que infelizmente nunca foram enfrentados por envolverem interesses políticos.

           A verdade é que a violência é muito grande e sempre é utilizada para expulsar famílias de posses centenárias, empurrando-as para as sedes dos municípios e para a capital, dando origem aos bolsões de miséria e incremento para as drogas e a prostituição, levando-se em que são pessoas sem qualificação profissional e que fora das suas roças têm apenas a força física como oferta de mão de obra. O maior cerne do problema é que a Superintendência do INCRA no Maranhão se tornou um patrimônio particular do PT e mais precisamente do ex-vice-governador e atual Conselheiro do Tribunal de Contas, Washington Macaxeira. A instituição se tornou um centro de negócios ilícitos e acordos com empresários e políticos para postergar os avanços da reforma agrária no Estado, numa demonstração clara de que toda a violência que vem do campo tem a responsabilidade do INCRA, principalmente quando se trata de direitos de quilombolas e povos indígenas.

               A partir de hoje, na sede do INCRA, haverá muitos debates sobre os conflitos agrários contando com a presença do desembargador Gercino Filho, Ouvidor Agrário Nacional do INCRA e presidente da Comissão de Combate a Violência no Campo. Hoje a situação na Superintendência do INCRA é que o dirigente atual Jowberth Silva é funcionário de carreira do Ministério do Desenvolvimento Agrário e foi indicado para o cargo pelo deputado federal Zé Carlosdo PT.

              O problema dos conflitos agrários vai exigir uma atenção do governador Flavio Dino, se tiver a decisão politica de efetivamente enfrentar a violência. Instituições como o INCRA e o ITERMA, de há muito vêm fazendo jogo de interesses, principalmente do agronegócio e excluindo trabalhadores e trabalhadoras rurais e de um modo perverso e bem contundente quilombolas e povos indígenas. Apesar de existirem denuncias antigas de que o grupo Suzano Papel Celulose tem terras devolutas incorporadas ao seu patrimônio no Baixo Parnaíba, o ITERMA teria recebido nos governos anteriores, orientação para não tocar na questão. A empresa tem plantio de eucalipto em nove municípios da região e através de mecanismos escusos, em que contou com apoio das policias militar e civil conseguiu expulsar milhares de famílias de posses centenárias. O Ministério Público Estadual chegou a formalizar mais de 40 pedidos de instauração de ações na justiça, mas nenhuma delas prosperou, segundo denuncias que chegaram a ser feitas publicamente pela Comissão Pastoral da Terra e o Fórum Carajás.  O problema no município de Codó, não é bem diferente. O INCRA ao longo dos últimos quatro anos, de maneira vergonhosa procurou postergar desapropriações que legitimam direitos dos quilombolas para atender interesses de empresários e políticos liderados pelo deputado César Pires, que era líder no legislativo estadual da então governadora Roseana Sarney e hojeprocura se integrar à base do governador Flavio Dino.

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