A corrupção deslavada e as barbáries em presídios merecem o silêncio obsequioso das autoridades

      sejap Se no Maranhão houvesse um mínimo de respeito aos direitos humanos, não teríamos chegado ao registro de 83 assassinatos no Sistema Penitenciário, em apenas um ano e seis meses, período em que a governadora Roseana Sarney decidiu nomear para o cargo um delegado, sem as mínimas condições para o exercício de um cargo que requer conhecimentos específicos na área do sistema prisional e capacidade para gerenciamento. A maioria dos assassinatos com duas barbáries, decapitações de presos, as centenas de fugas e inúmeras tentativas, concentradas principalmente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, constam das heranças malditas que a governadora Roseana Sarney deixará para o seu sucessor, além de uma série de contratos de prestação de serviços terceirizados e convênios, que sangram milhões de reais mensalmente dos cofres públicos. A governadora e o Secretário de Justiça e Administração Penitenciária, já deveriam ter sido responsabilizados, uma vez que os presos mortos estavam sob a custódia do Estado. O maior agravante é que apesar dos assassinatos serem registrados nos mesmos locais, não houve pelo menos tentativas do governo do Estado, da Sejap e da administração dos presídios em sanar o problema, muito pelo contrário surgiram facilidades a partir do momento em que presos não foram mais recolhidos obrigatoriamente às celas dos pavilhões das unidades prisionais,o que tem proporcionado a que possam se organizar com trocas de informações e socialização de ações mais determinadas, além de imporem medo a segurança interna e estabelecerem regras próprias.

Desde o mês de março, o Secretário de Justiça e Administração Penitenciária através da mídia oficial, vem dando informações sobre inaugurações das novas unidades prisionais, que estavam previstas para dezembro do ano passado, através de acordo firmado entre o Governo do Estado e o Ministério da Justiça, com a criação do Comitê de Gestão Integrada. Como esses constantes anúncios não passam como tentativas de justificativas para a onda de assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o titular da pasta perde-se totalmente por falta de discernimento e respeito à informação a sociedade. A verdade é que os termos aditivos das construtoras para elevação dos valores das obras teriam criado alguns problemas com a falta de recursos para a conclusão das unidades prisionais. Embora tenha anunciado a entrega para o presente mês de uma unidade localizada na zona rural da capital com capacidade para 479,ainda existem muitas dúvidas, levando-se em conta que muitos erros estão sendo apontados decorrentes de não terem sido observados por ocasião da elaboração do projeto, sendo um deles no setor de eletricidade. Como o secretário sempre anuncia a entrega de unidades prisionais e nunca honra com as próprias declarações, espera-se que pelo menos desta vez, consiga cumpra com a palavra empenhada. Enquanto isso, os riscos de novos assassinatos dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas são iminentes.

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