Nem mesmo a iminência do Brasil vir a se tornar réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos por causa das barbáries e praticas criminosas registradas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, não conseguiu mobilizar e criar um mínimo de responsabilidade nas autoridades, com vistas aos inúmeros problemas existentes nas unidades prisionais do interior e da capital. Em São Luís, onde estão os poderes constituídos e a gestão de todo o Sistema Penitenciário é exatamente onde se concentram as graves deficiências e omissões. Há poucos dias, a Procuradoria Geral da República, o Comitê de Gestão Integrada, o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública e governadora Roseana Sarney vieram a pública com informações estrategicamente sintonizadas, de que toda a problemática relacionada as questões carcerárias estão sob controle. Tentaram passar informações de que as pessoas que estão recolhidas às prisões recebem tratamento com um mínimo de respeito e dignidade. Insinuaram que a construção dos novos presídios que deveriam ser concluídos em dezembro do ano passado, estão prontas para serem entregues, e que há paz e harmonia em todas as unidades, muito embora 19 pessoas já tenham sido assassinadas no presente exercício, o correspondente a 30% do ocorrido o ano passado, dezenas de fugas concretizadas, escavações de túneis, sem falarmos nas apreensões constantes de armas brancas e de fogo, drogas e bebidas alcóolicas, que retratam a falência de todo o sistema, com a concentração da problemática cada vez mais acentuada no Complexo de Pedrinhas.
Júnior Bolinha deveria escapar vestido de agente penitenciário
As duas últimas semanas, exatamente quando as autoridades se mostravampreocupadas com a Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, vários acontecimentos foram registrados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O primeiro e que vinha sendo mantido em sigilo, ocorreu no presidio São Luís 1. Durante revista na cela do bandido Júnior Bolinha, um dos assassinos do jornalista Décio Sá, o GEOP encontrou camuflada no colchão, uma camisa de agente penitenciário, uma calça, um coldre e uma chave de carro. Presume-se que ele fugiria saindo pela porta com uma farda, antes privativa de agentes e inspetores penitenciários, e hoje de uso comum por monitores, seguranças armadas e todo o pessoal terceirizado. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário, Antonio Benigno Portela, a estratégia da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária visa dissimular e ao mesmo tempo denegrir a categoria. Os agentes do GEOP apreenderam todo o material encontrado na cela de Júnior Bolinha e comunicaram o fato ao diretor do presidio São Luís 1, no sentido de adotar as devidas providências. É desconhecida a instauração de qualquer procedimento, uma vez que o assunto vinha sendo mantido em sigilo.
Vigilantes da Atlântica flagrados conduzindo celulares para presos
Venho constantemente advertindo de que são cada vez mais crescentes os desmandos dentro das unidades prisionais e que muitos presos enfrentam diretores, e como em váriasunidades os presos estão fora das celas, os riscos de conflitos, confrontos e barbáries são iminentes. A segurança interna conseguiu interceptar três vigilantes da empresa Atlântica, os quais conduziam celulares para presos do Cadeião do Diabo e outro é acusado de haver passado para dentro dos cárceres, uma caixa de bala calibre 38.
Suspeitas de armas de fogo dentro do Cadeião do Diabo
O Diretor de Segurança do Centro de Triagem do Cadeião do Diabo, Gilmar Santos, empregado terceirizado foi atingido por uma garrafa pet cheia de água na cabeça, arremessada por um preso. O autor ao ser preso, disse que foi um acidente, uma vez que ela se destina a outro colega. Ontem, quando o GEOP dava apoio no Cadeião do Diabo houve um disparo de arma de fogo partindo de um grupo dos presos que estão soltos. Imediatamente os agentes se mobilizaram, mas não conseguiram apreender a arma, uma vez que eles soltos podem se mobilizar mais rápido com a cobertura dos comparsas. Há suspeitas de que existam mais de 10 armas de fogo dentro do Cadeião do Diabo. Na tarde de hoje, houve um princípio de motim dentro do presidio de Pedrinhas, logo sufocado pelo GEOP.
Diante de tantos problemas sérios, mesmo assim o Governo do Estado e as demais instituições que deveriam dedicar uma atenção melhor para o Sistema Penitenciário, lamentavelmente, permanecem indiferentes e fazendo discursos que não retratam a realidade dentro das unidades prisionais. O mais recente caso da delegacia de policia de Buriticupu mostra infelizmente, que presos estão local inadequado é que a responsabilidade é unicamente do executivo estadual e por extensão a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária. O Ministério Público teria no mínimo mandar desativar prisão na delegacia e encaminhar os detentos para os presídios estaduais. Eles estão superlotados por incompetência da Sejap.