Conflitos Agrários deixam o Movimento Sindical Rural em alerta

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A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão – Fetaema, que lidera o Movimento Sindical Rural decretou estado de alerta, diante do crescimento dos conflitos agrários e dos confrontos iminentes. Os problemas estão concentrados em áreas quilombolas não desapropriadas e nas que não foram feitas as regularizações fundiárias. As lideranças quilombolas das áreas em questão afirmam que,a inoperância e o engodo do ex-superintendente do INCRA, José Inácio Rodrigues, candidato a deputado estadual pelo PT, contribuíram decisivamente para o aumento da problemática, uma vez que ele discutia muitas ações com as comunidades eas executava outras bem favoráveis a  grileiros, latifundiários e políticos, jogo que vem sendo mantido pela atual  superintendente Fátima Santana.

Várias comunidades quilombolas da região do município de Itapecuru-Mirim,estão decididas a interditar a BR-135, como pressão para que o INCRA, faça o mais rápido possível a regularização fundiária das áreas desapropriadas e conclua o processo de desapropriações de várias outras. Registram que a morosidade com o que o problema é tratado e o comprometimento politico dos superintendentes do INCRA, dão origens aos constantes conflitos e confrontos sangrentos. O presidente da Fetaema, Chico Miguel e a Secretária Agrária Lúcia Vieira, já manifestaram as suas preocupações com confrontos iminentes, uma vez que os quilombolas entendem que sem pressão as decisões não são tomadas para o favorecimento dos muitos interesses escusos.

Chico Miguel diz que o problema é muito sério, levando-se em conta que o Governo do Estado tem sido totalmente indiferente aos conflitos, uma vez que não quer se indispor com políticos e grileiros, integrantes do seu grupo dominante. Já acionamos a Ouvidoria Agrária Nacional e o Movimento Nacional de Combate a Violência no Campo, além de termos comunicado os fatos a direção nacional do INCRA e pedirmos apoio a CONTAG. A realidade é o Governo do Maranhão com a sua exacerbada proteção do agronegócio, prejudica ações e desenvolvimento da agricultura familiar. O Maranhão é o Estado da Federação que tem a menor produção de alimentos vindo da agricultura familiar, daí que hoje importamos mais de 90% dos produtos hortifrutigranjeiros, o que concorre decisivamente para o aumento do custo de vida dos maranhenses, destacou Chico Miguel. O que se produz e que aparece, são iniciativas privadas através do cooperativismo de trabalhadores e trabalhadoras rurais, sem apoio institucional, concluiu o presidente da Fetaema.

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