O movimento de paralisação dos delegados de policia civil, nada tem a ver com o atual Secretário de Segurança Pública, Marcos Afonso Júnior. Eles estão querendo chamar a atenção da sociedade maranhense para o sucateamento imposto nos últimos quatro anos pela governadora Roseana Sarney e o seu secretário Aluísio Mendes, o maior responsável pela destruição do que encontrou e da falência decretada no Sistema Estadual de Segurança Pública, com uma série de vícios e contratos nada transparentes, responsáveis pela instalação de um verdadeiro ralo, no qual jogaram grandes somas de recursos públicos beneficiando naturalmente pessoas bem identificadas com o Palácio dos Leões. Dentre os grandes “negócios” colocaram o viodeomonitoramento de alguns trechos da capital. Foi exatamente a partir do momento em que o agente da policia federal Aluísio Mendes, assumiu a direção da Secretaria de Segurança Pública, que a violência começou a predominar em todo o Maranhão e com mais intensidade em São Luís, que passou a despontar como uma das cidades mais violentas do mundo.
Sempre me reportei aqui, com o registro de que o Maranhão é detentor de um quadro de delegados altamente competentes, assim como agentes, investigadores, escrivães comprometidos com trabalhos sérios e transparentes. Se lhes derem condições de trabalho, respeito à dignidade para o exercício profissional e se na direção do Sistema de Segurança Pública tivesse uma pessoa de conhecimentos técnicos e estratégicos a altura deles, o enfrentamento a criminalidade seria eficiente com a união com outras instituições, como a Policia Militar, Policia Federal, Policia Rodoviária e órgãos municipais, o que com certeza evitaria de estarmos enfrentado o caos atual.
A paralisação dos delegados foi resultante de assembleia da categoria através da Associação dos Delegados do Maranhão. Dentre a série de problemas, eles destacam que a Policia Civil não tem orçamento e nem sede própria. As delegacias do interior estão em sua maioria sucateadas e o vergonhoso é que na capital, as delegacias estão improvisadas em prédios que não oferecem as mínimas condições de trabalho e atendimento ao público. Mais de 1.800 presos estão custodiados indevidamente em delegacias de policia, o que impede os policiais civis de prestarem serviços a sociedade. Temos mais de 100 municípios sem delegado de policia civil, o que proporciona sacrifício pessoal e profissional para delegados responderem até por cinco municípios, afirmou um dirigente da Adepol.
Para uma população de 7 milhões de habitantes, o Maranhão tem apenas 388 delegados. A indignação dos delegados é também pela recusa reiterada do Executivo em cumprir decisões judiciais, notadamente a inadimplência de precatórios e não implantação da isonomia, com manejo procrastinatório de embargos que sabidamente não tem efeito suspensivo, bem como pelo não envio da prometida medida legislativa para a criação de indenização por acúmulo. A revolta está também na falta de pagamento de diárias desde o mês de abril, o que significa um total desrespeito do governo, que tem muito dinheiro para fazer negociatas em troca de propinas e para fazer contemplações para candidatos como recentemente fez para o próprio Aluísio Mendes, o destruidor do Sistema Estadual de Segurança Pública.
Os delegados estão em assembleia permanente e devem tomar outras atitudes, caso o governo não se manifeste por uma negociação. O mais importante durante a manifestação dos delegados com faixas e distribuição de panfletos na praça Maria Aragão, foram as manifestações de solidariedade da população.
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