O retrato é de uma rotina constante dentro do Complexo de Pedrinhas
À noite de ontem foi registrado o décimo primeiro assassinato no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no presente exercício. O crime foi registrado na Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas, no mesmo local em eu no último dia primeiro do corrente, outro preso teve a vida sacrificada por enforcamento. A grande indignação que fica reside em que neste Estado, não existem instituições públicas capazes de dar uma basta na selvageria e muito menos uma sociedade civil organizada para gritar e cobrar providências, quanto a questão do respeito a dignidade humana. Até mesmo a Pastoral Carcerária, que deveria ter a missão profética da denúncia, está plenamente silenciosa e cega, dando demonstrações bem claras da própria inexistência ou conivência.
O desrespeito do Governo do Maranhão com a população é que as práticas criminosas são as mesmas e nos mesmos locais. Apesar das somas fabulosas gastas em contratos viciados para a prestação de serviços terceirizados, será que dentro do Sistema Penitenciário do Estado não existe alguém que tenha um mínimo de visão e conhecimentos de gestão e sensibilidade para o exercício ações de prevenção aos assassinatos, fugas, escavações de túneis, e o tráfico de drogas e armas? O que impede o Ministério Público, os juízes das Varas das Execuções Criminais, o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, a Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos, a Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Assembleia Legislativa do Estado de tomarem atitudes para as constantes execuções dentro dos cárceres do Complexo de Pedrinhas? Infelizmente a pena de morte está instituída nas unidades prisionais com a conivência dos poderes constituídos.
Presos refugiados em refeitório para não morrerem
Quando afirmo aqui, que são iminentes novas barbáries dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, alguns subservientes e gestores desprovidos de um mínimo de responsabilidade, chegam a esbanjar criticas, mas não se manifestam publicamente temendo principalmente pela realidade e pela corrupção que infesta toda a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária. Para uma perfeita análise de que o problema é muito maior do que tenho procurado mostrar, desde ontem e continuava na manhã de hoje, um grupo de aproximadamente 35 presos refugiado no refeitório da Casa de Detenção, com receio de ser assassinado por outros internos. Desde a destruiçãode pavilhões da Casa de Detenção, centenas de presos estão soltos e perambulam dia e noite pelas dependências da unidade prisional e assustam monitores. Apesar do problema ser de amplo conhecimento da Sejap, e dela ter a responsabilidade maior de resolve-lo em caráter emergencial, a indiferença faz parte de que ninguém está preocupado com o pior que vier a acontecer, o ratifica a banalização da vida pelo Governo do Estado.