Há poucos dias, o presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Maranhão, Chico Miguel se manifestou publicamente sobre o aumento dos conflitos agrários em pleno período eleitoral. Registrou que são muitas tensões e riscos de confrontos em diversos pontos do Estado. Lamentou a inoperância do INCRA e do ITERMA, na demora de desapropriações e regularizações fundiárias, o que acaba por contribuir para que grileiros, latifundiários e o pessoal do agronegócio utilizem instrumentos de coerção para expulsar posseiros seculares das áreas que ocupam. Outro problema sério no Estado, são os cartórios que fraudam documentos e tentam até criar cadeias dominiais. Apesar de inúmeras denúncias, eles continuam mantendo a corrupção, principalmente na região do Baixo Parnaíba.
O advogado Diogo Cabral, um dos assessores jurídicos da Fetaema, recebeu ontem comunicado a liderança Maciel Bento, da comunidade Forquilha, no município de Benedito Leite, de que 12 jagunços com armas de fogo estão intimidando as famílias abandonarem o local, sob a orientação do fazendeiro gaúcho Renato Miranda. O clima está muito tenso no local, proporcionando a que as crianças não frequentem mais a escola e os idosos estão sofrendo sérias crises de saúde. Diogo Cabral encaminhou a denúncia ao promotor de justiça Haroldo Paiva e à procuradora do Ministério Público, Sandra Elouf, solicitando a intervenção deles com vistas ao restabelecimento da normalidade na área e o respeito aos direitos dos posseiros, solicitando que seja acionada ao Policia Militar para desarmar os jagunços contratos pelo fazendeiro. O assessor jurídico da Fetaema,paralelamente está ingressando com uma ação de possessória junto a promotoria agrária de São Domingos do Azeitão, para que o Ministério Público possa ajuizar ação judicial com pedido de liminar possessória para as famílias que estão sendo oprimidas pela força do agronegócio.