Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
O Domingo de Ramos marca o início da Semana Santa, que termina no Domingo da Páscoa. A partir daí começa um novo Ciclo na dinâmica de vida dos cristãos. A fé em Deus tem sustentação na realidade da Ressurreição de Jesus Cristo. Isto significa que Deus age na história e convoca a todos para defender a vida da natureza, especialmente a dignidade da pessoa humana.
Na Semana Santa Jesus Cristo é contemplado como Aquele que enfrenta a perseguição, a condenação, a paixão e a morte. É um despojamento da condição divina, tomando forma humana para elevar o ser humano à dignidade e possibilidade de encontro com o Senhor da vida. Os ramos são a exaltação daquele que entrega a vida no caminho da paixão e da cruz.
Há momentos em que as pessoas passam por períodos de prostração e desespero, sem ânimo para agir, necessitando de um processo de construção da esperança perdida. Elas devem contar com a manifestação amiga e solidária de Deus. Mas é necessário assumir a Semana Santa como momento de manifestação de fé e confiança naquele que é capaz de reconstruir a verdadeira vida.
É importante não se sentir desprotegido e desamparado por Deus. Assim sendo, é possível caminhar de cabeça erguida e com capacidade de superar todo tipo de incompreensão, de injúrias e de agressões. A Palavra Bíblica deve ser o alicerce para quem nela busca seu amparo e força para agir com coragem e muita confiança.
Viver a Semana Santa supõe entrar no clima que ela vem propor. Aí Jesus aparece como o Servo sofredor, abandonado pelos amigos mais próximos, e enfrenta os ultrajes sem perder de vista a fidelidade ao projeto divino, concretizado em sua missão. Foi traído e vendido como escravo, negado e condenado a morrer na cruz.
O caminho percorrido por Jesus denuncia todo tipo de poder envolvido com injustiça e voltado apenas para interesses pessoais ou de algum grupo particular. Isto significa que muitas pessoas são lesadas e injustiçadas por poderes escusos e ser temor de Deus.