O advogado e poeta José Olívio Cardoso Rosa tem uma nova lavra de poemas
Estava quase dormindo
Quando ouvi alguém chamando
Meu nome bem explicado
E a voz dizia então
É uma convocação, ou até mesmo um chamado
Por ser também benfeitor por isso estais convocado.
I
Abrir bem os meus ouvidos
Para ouvir com atenção
As palavras de um mestre
Do Reino da perfeição.
II
Dizia-me então companheiro
Ouça a convocação
Procure um templo Sagrado
Para falar com irmão
A voz de Pedro, quem sabe
Que também se chama Simão.
III
E atendendo ao chamado
Fui a um templo tão bonito
Existente na Cidade
Com palestrantes tão puro
Tendo plena certeza
Que o lugar era seguro.
IV
Foi ali no mesmo templo
Que tudo se consagrou
Deram-me então uma senha
Para poder adentrar
Depois de dar três batidas
Eu ia me apresentar
Como irmão do anonimato
Que acabará de chegar.
V
Pediram-me então um instante
Para minha senha checar
E dizendo-me companheiro
Queira me acompanhar
Pois em breve o nosso mestre
Vem para lhe anunciar.
VI
Batendo bem lentamente
A porta foi se fechando
Vislumbrando um mundo novo
A medida a cada passo que eu dava.
VII
Esperei ali atento
Ouvindo alguns balbuceios
Quando um martelo bateu
Soando uma Campainha
Ordenando que prosseguisse
Com passos firmes e lentos
Até que outra porta se abrisse
E houvesse o advento.
VIII
Quando a segunda porta se abriu
Vi luzes reluzentes de Cristal
Percebi em pleno teto
O céu todo estrelado
Com um nome bem escrito
Oriente e Ocidente
Com muita gente sentada
Todos bem paramentados
O teto todo estrelado
Como se fora o firmamento.
IX
Imediato uma ordem
Suou bem em meus ouvidos
Coloquem as vendas nos olhos
Para dar novo sentido
Ouvindo alguém falar
Que o templo é o melhor lugar
Para um benfeitor decidido.
X
Repentinamente, nova ordem ali foi dada
Coloquem os seus paramentos
Ergam vossas espadas
Como quem faz juramento.
XI
Com os espadins erguidos
Formavam ao contrario
E dizendo-me companheiro
Queira me acompanhar
Para ouvir o nosso mestre
Que precisa lhe falar.
XII
A porta foi se fechando
Vislumbrando um mundo novo
A medida que eu ia adentrando.
XIII
Nova ordem ali foi dada
Retirem então suas vendas
Deixando abrir os seus olhos
Para contemplar no templo o que havia de lindo
São Pedro sentado em seu trono
Com Jesus sempre sorrindo
Abriu-se então a cortina
E Jesus aos poucos foi sumindo
XIV
Vi muita gente conhecida
Todos bem paramentados
Alguns até coloridos
Dependendo da evolução.
XV
São Pedro disse aos templários
Diga ao nosso irmão Sudário
Que faça a saudação
Dando-lhe as boas vindas
Para esse novo irmão.
XVI
Ali naquele momento
Senti gosto de Vitória
Quanto mais ele falava
Que beleza de oratória
Transformei-me em Coroinha
Sempre dizendo, Glória, Gloria
Ao nosso Senhor Jesus Cristo.
XVII
Tudo num branco bonito
Que só mesmo o Criador
Para ter um gosto apurado
E eu ali abismado
Dizendo em pensamento
Valeu a pena Senhor
Por tanta festa bonita
Pois não sou merecedor
Bendito louvado seja
A Jesus o Rei de amor.
XVIII
Terminada a cerimônia
Recebi um medalhão
E um bonito paramento
Que não pude dizer não
Pois fiquei até sem palavras
Para agradecer a saudação
Que por ordem de São Pedro
Me fez o irmão Sudário
Cumpríamos nossa missão.
XIX
E ainda atrapalhado
Ali bem paramentado
Como mestre benfeitor
Pensava em meu retornar
Quando ouvi então me chamar
Para retomar meu Caminho.
XX
Saudação de toda gente
E eu ali muito contente
Com espadim reluzente
Passei por debaixo delas
Saindo do outro lado
E já na porta da rua
O porteiro do templário
Disse-me leve seu paramento
Proteja da chuva, do vento
Quando evoluíres saberá
O que fazer, conheceste do templo
Uma sala, o resto aqui não se fala
Quando evoluíres conhecerá.
XXI
A medida em que eu me distanciava
Minha inteligência brotava
Pois parecia embotada
E eles tinham a certeza
Que mesmo de olhos vendados
E sentado do outro lado da mesa
Poderia reproduzir
Tudo que se passou
Até quem estava ao meu lado.
XXII
O mestre do outro lado
Com seu olhar penetrante
Me olhava a todo instante
E os irmãos do templário
XXIII
Prometo estudar esse feito
Que Deus me permita um jeito
Para que todo esse feito
Possa se repetir.
XIV
De todo o acontecido
Fiquei sem saber então
Se Deus me deu essa missão
Valeu a pena a lição
Que aprendi por aqui
Não esquecerei jamais.
XXVI
Que oratória tão bela
E um fluente orador
Ouvi tanta coisa bonita
Que vale a pena ser dita
Vindas de um benfeitor
XXVI
Ao longe também ouvia
Um piano refinado
Fui indagando então
Cá com os meus botões
Que era uma sonata erudita
De um autor ao qual sou fã
Tratando-se do genial
Sem contar ser um imortal
Frederick François Chopin.
XXV
Deus permita um outro dia
Com as graças da Virgem Maria
Que eu ainda viva esta sena
Para quando eu acordar
Aos meus filhos poder contar
E aos amigos do peito
Precisando ter muito jeito
Para ser acreditado.
XXVI
Senão quando eu me for
Dirão é um divagador
Que vive sonhando acordado
Ou quem sabe portador
De uma inteligência rara
Quem lhe deu o criador
José Olívio Cardoso Rosa é advogado militante, poeta e escritor