Por decisão de uma assembleia geral extraordinária dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, a categoria deverá realizar uma paralisação no próximo dia 17 (quarta-feira), como advertência aos graves problemas que dominam o Sistema Penitenciário do Estado, que envolvem assassinatos de presos, fugas, escavações de túneis, corrupção com fugas facilitadas, o tráfico de armas, munições, drogas e celulares e os sérios riscos de vida a que estão expostos agentes penitenciários, todos os demais servidores das unidades prisionais e os monitores. Todos os dias de serviços eles correm o risco de não voltarem para casa com vida, registra o agente penitenciário Antonio Benigno Portela, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Penitenciário. Por cinco vezes protocolamos na Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, solicitação de reunião da categoria com o titular da pasta, o delegado Sebastião Uchôa. Geralmente ele fixa uma data, depois transfere para outra e mais cancela e não remarca mais. A nossa intenção é buscar um diálogo, muito embora tenhamos sido vítimas de execração pública pela governadora Roseana Sarney, o ex-secretário Aluísio Mendes, o secretário Ricardo Murad e o próprio secretário Sebastião Uchôa, nenhum deles teve a mínima dignidade de vir a público pedir desculpas à categoria, quando ficou constatado que não houve qualquer articulação organizada para todos os problemas registrados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, muito embora existam casos isolados, assim como do pessoal de confiança da Sejap.
Com os agentes e inspetores penitenciários fora das unidades prisionais, com a exceção dos que são da mais alta confiança do titularda pasta, o restante do pessoal é terceirizado com salários aviltantes para o exercício de atividades de elevado risco, o que inclusive já originou uma movimentação com protestos deles, depois que um colega foi baleado por um preso. A nossa paralisação será muito mais para chamar a atenção da sociedade para a questão da violência que domina todo o Maranhão, tem a sua principal faculdade dentro das prisões. Não existe ressocialização, onde não há respeito a dignidade humana, destaca o dirigente do Sindspem. A nossa preocupação com a paralisação tem por objetivo é denunciar publicamente, os iminentes conflitos e confrontos dentro dos cárceres, destacou o dirigente sindical, observando que relatórios serão encaminhados para a presidenta do Tribunal de Justiça do Estado, à Procuradora Geral de Justiça e ao presidente do CNJ.